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Dissertação Vio - Unesp

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E STUDOS SOBRE E XPOGRAFIA 115<br />

conforto a vida dos nossos dias. E os que aceitam as formas<br />

modernas, com o gosto da vida moderna, esses acham deliciosas<br />

as surpresas de Warchavchik, obtidas por meio dos elementos<br />

geométricos mais simples e mais puros” (FORMA, Revista, set.<br />

1930. Apud: FERRAZ, 1965, p.90).<br />

Menotti dell Picchia, que participou da exposição, observou como nesse<br />

ambiente todos os elementos encontravam-se integrados. Assim como em outros<br />

comentários aqui mencionados, associou a linguagem estética do local à higiene,<br />

da mesma forma que atualmente remete-se freqüentemente a expografia moderna<br />

à assepsia:<br />

“Suas acomodações interiores são esplêndidas. A impressão que<br />

se dá é de higiene, conforto e bom gosto. Nada ali é demais. Só há<br />

o necessário e o que há, harmoniza-se por tal forma com o<br />

ambiente que este cria uma alma singular de esplendor e de<br />

beleza” (DELL PICCHIA, 20 mar. 1930. Apud: FERRAZ, 1965,<br />

p.90).<br />

Foi visitando seu interior durante a exposição que Mário de Andrade<br />

observou como o ambiente modernista, completamente livre de ornamentos,<br />

favorecia a interpretação dos objetos apresentados como obras de arte. Em seu<br />

artigo publicado no Diário da Noite propôs a inserção de outros objetos, mesmo que<br />

pertencentes ao cotidiano, para que ganhassem conotação artística. Esta é uma<br />

discussão presente ainda hoje e que vem acompanhando o desenvolvimento da<br />

expografia no decorrer da história da arte.<br />

“Se eu possuísse uma casa modernista (...), entre os móveis<br />

modernos da sala-de-visita eu colocava uma cadeira Luiz XV.<br />

Imaginemos isso em nossa cabeça: qual a sensação que dá? A<br />

única legítima atualmente a respeito duma cadeira Luiz XV: a<br />

sensação dum objeto de arte” (ANDRADE, M., 27 mar 1930).

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