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Dissertação Vio - Unesp

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E STUDOS SOBRE E XPOGRAFIA 2 12<br />

também uma peça de arte a qual não tentarei desvendar por<br />

meio de palavras como faço com as demais. [...] Para não trair<br />

minha peça amalgamada, meu manifesto amoroso – embora<br />

sinta bastante tentada uma vez que amo a palavra também como<br />

objeto xamanístico de meditação entre a arte e o público –, relevo<br />

este trabalho da mesma forma como acredito que se deva fazer<br />

com as obras de uma exposição: em silêncio e espacialmente.<br />

Ou seja, (ceno)graficamente” (Ibidem, Introdução à Trilogia<br />

amorosa, 1990. In: Ibidem, 1991, p.28-9).<br />

Assim, a partir de sua declaração pode-se afirmar que em seu raciocínio<br />

não só a critica se iguala à arte, ou mesmo é uma arte, como também que a<br />

crítica é essencial na intermediação entre o objeto artístico e o público. Esclarece<br />

também que esta crítica pode ser expressa através de outros recursos além da<br />

palavra, como, por exemplo, pela cenografia.<br />

Em 1982 identificou casos nos quais entendeu que a curadoria<br />

apresentava um discurso crítico individual ou “pessoal”, manifestando que era<br />

dessa maneira que as exposições de arte deveriam passar a ser montadas.<br />

“A Documenta [quatrienal de Kassel, 7° edição, 1982] rompeu<br />

inteligentemente com a tradição das exposições temáticas,<br />

abandonando aparentemente a crítica apriorística, sem contudo<br />

renunciar à mostra teórica. Substituiu a pesquisa pelos<br />

procedimentos empíricos, cujo único critério foi a vivacidade da<br />

obra hoje. [...] Em suma, a Documenta é, como não poderia<br />

deixar de ser depois da batalhada conquista da liberdade crítica,<br />

um ponto de vista. E como foi organizada por pequeno grupo<br />

conscientemente sectário e que sustenta idéias comuns [...], é um<br />

ponto de vista pessoal. Uma obra extremamente criativa<br />

[entenda-se aqui a “obra” do curador] que, ao mesmo tempo, vê e<br />

se funda em outras obras. Por essa razão, talvez, é que as bases<br />

teóricas da Documenta são as vezes tão ambíguas quanto a arte<br />

que ela trata, e é apenas por meio de uma linguagem cifrada e<br />

subjetiva que captamos as suas finalidades. Afinal, essa

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