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Dissertação Vio - Unesp

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E STUDOS SOBRE E XPOGRAFIA 122<br />

“Há quinze anos entrando no Museu do Ipiranga, um domingo, vi<br />

um grupo de adolescentes de uma das nossas escolas públicas,<br />

os olhos embevecidos para alguns quadros daquela modesta<br />

galeria. Via-se que não entendiam de pintura. Mas nos olhos<br />

fervia-lhes um êxtase indisível, diante das páginas de arte que<br />

contemplavam. Eram os estudantes, em sua maioria, filhos de<br />

italianos. Eu lhes disse: ‘Um dia faremos uma sociedade com<br />

homens de sensibilidade e de inteligência. E com eles daremos<br />

uma galeria de arte para vocês” ( CHATEAUBRIAND, 1947 apud:<br />

Departamento de Documentação, 1968, s/p).<br />

A década de 1940 propiciou um ambiente favorável para quem quisesse<br />

investir na criação de museu de arte no Brasil: em primeiro lugar, a Segunda<br />

Guerra, que se desenrolava em um território no qual obras de arte de grande<br />

valor se concentravam, e, em segundo lugar, o avanço econômico do Brasil em<br />

conseqüência do crescimento do setor industrial. Na tentativa de proteger obras<br />

de arte dos bombardeios, Germain Bazin organizou uma exposição de pintura<br />

francesa apresentada no Brasil. Segundo Flávio Motta, que posteriormente<br />

chegou a compor o conselho consultivo do MASP, nesse momento: “O Brasil<br />

recebe o primeiro grande impacto de qualidade, vindo da Europa depois da<br />

Missão francesa de 1816” (Ibidem, 1968, s/p). Logo em 1941, Quirino da Silva,<br />

que também integrou o conselho consultivo do MASP, conseguiu introduzir um<br />

salão de arte na Feira Nacional de Indústrias, que ocorria anualmente em São<br />

Paulo e representava um fato inédito:<br />

“o poeta Guilherme de Almeida viu bem esse significado,<br />

dizendo, por ocasião da inauguração do certame: ‘... nesse<br />

instante decisivo da vida tumultuária de São Paulo, eis que num<br />

recanto propicio – este em que estamos – entre os stands<br />

gritantes de progresso desta nossa Segunda Feira Nacional de<br />

Industrias, um Salão de arte se inaugura. Um salão de arte numa<br />

feira de indústrias... Isto é um sintoma, um símbolo, um sinal dos

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