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Dissertação Vio - Unesp

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E STUDOS SOBRE E XPOGRAFIA 1 75<br />

conservou-se a moldura, mas acabou-se com toda outra medida<br />

de relação. Se já não conhecesse aqueles quadros, e ainda os<br />

conhecendo fiquei com esta sensação, sairia convencido de que<br />

a disposição que se lhes deu não é a de um museu e sim a de<br />

um depósito onde eles estão muito bem guardados”.(TAVARES,<br />

J. 1970, s/p).<br />

A visão de Eyck se contrapõe à de Tavares. Para ele, a melhor forma de<br />

entender uma pintura seria visitando o ateliê do próprio artista ou local onde ela<br />

foi realizada. Diante dessa impossibilidade, porém, julgou que a melhor opção<br />

seria observá-la de maneira livre no espaço – como na expografia em questão –<br />

ao invés da forma tradicional de expor pinturas, fixando-as ou “trancando-as” em<br />

paredes:<br />

“Num certo sentido – sentido errado – pinturas em paredes<br />

tendem a ser vistas como janelas para um outro mundo, mas isto<br />

nega a realidade tátil de sua superfície pintada, i.e., a existência<br />

física de algo realmente feito – com tinta, pincel, pincelada após<br />

pincelada – NO ESPAÇO” / Uma pintura – cada pintura constitui<br />

sua própria realidade ‘pintada’ seja lá o que for que retrate. Essa<br />

realidade será melhor descoberta se a pintura for devolvida para<br />

onde foi pintada, que é também onde o pintor estava quando a<br />

pintou. A verdade sendo que sua essencial bidimensionalidade<br />

não pode respirar integralmente quando fixada – trancada –<br />

numa parede. (EYCK,1997,s/p)

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