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Dissertação Vio - Unesp

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Houve<br />

E STUDOS SOBRE E XPOGRAFIA 2 43<br />

quem expressasse uma visão romântica da arte, ignorando a influência<br />

mercadológica sobre ela no decorrer de sua história. Praticamente todas as<br />

rupturas de estilos, possíveis de se observar, acompanharam transformações<br />

sociais, intercâmbios culturais, como também descoberta de novos materiais,<br />

desenvolvimento de técnicas, instrumentos e conceitos. Todo artista carrega<br />

consigo um vasto repertório que em maior ou menor grau interfere na sua<br />

produção artística. O sentido de aura também está relacionado à forma com que<br />

as obras são apresentadas. A expografia moderna, no momento em que procura<br />

“neutralizar” o ambiente, numa tentativa de isolar a obra do mundo exterior ao do<br />

seu espaço expositivo, favorece esta interpretação. A Grande tela rompe com a<br />

expografia moderna, inserindo as obras dentro de um novo contexto. Um discurso<br />

que aborda questões sobre a globalização e o espetáculo e não um discurso que<br />

procura mitificar a obra exposta. A citação escolhida para ilustrar tal abordagem<br />

que mitifica a arte passada faz parte de um artigo escrito pela artista plástica<br />

Anésia Pacheco e Chaves:<br />

“Existe a posição crítica que visa limpar de uma vez o terreno de<br />

todo o entulho de modismos e preconceitos que atrapalham a<br />

criação de novos sentidos. [...] A 18º Bienal marca a ruptura. É a<br />

despedida das bienais e salões tradicionais e também da “Arte<br />

Oh!” com seu charme antigo, e dos artistas da ‘aura’, queridos<br />

fantasmas dos quais, cada vez menos, conseguimos acreditar<br />

nesse tempo do comércio de arte. Quem vale mais? E o que<br />

significa valer se não o entendermos comercialmente? Os outros<br />

critérios estão cada vez mais longe. É cada vez mais difícil<br />

separar a mão que cria daquela que paga. O preço paga um valor<br />

que é estabelecido socialmente e que plasma numa coisa só o<br />

criar e o custar. A produção cultural que não consegue espaço<br />

para aparecer é uma produção cultural inexistente, já que não

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