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Dissertação Vio - Unesp

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E STUDOS SOBRE E XPOGRAFIA 82<br />

“Precisamos estudar seriamente, a fundo, o estilo [colonial] que<br />

nos coube por herança histórica. De seus ensinamentos<br />

saberemos tirar os corolários de que carecemos para enfrentar as<br />

múltiplas exigências que nos são impostas pelo século atual. O<br />

nosso propósito maior é a individualização do estilo (...). Quando<br />

os antigos construíam grossas paredes de pedra, cuja espessura<br />

variava entre cinqüenta centímetros e um metro, eles procuravam<br />

defender-se da ação dos raios solares. A experiência da<br />

dominação sarracena fê-los adotar essa praxe sábia, e hoje nós<br />

todos sabemos que as velhas casas de grossas paredes são<br />

infinitamente mais agradáveis do que as lindas ‘bombonières’<br />

Luiz XVI, através de cujas paredes lindamente decoradas com os<br />

‘macorrões’ do estilo, os desgraçados habitantes são<br />

irremediavelmente ‘grelhados’ durante a noite pelo calor<br />

acumulado nas paredes durante o dia” (Ibidem, 1926, p.4).<br />

Porém, a proposta de se utilizar concreto armado na estrutura das<br />

construções, apresentada no manifesto e justificada como opção prática e<br />

econômica, foi aceita, com relativa facilidade:<br />

“Temos hoje o direito de procurar soluções rápidas e econômicas,<br />

bem diferentes daquelas em cujo ambiente se criou e<br />

desenvolveu a arquitetura brasileira. / O surto vertiginoso do<br />

cimento armado, do concreto, de todos os meios breves e<br />

simples de construir: a variedade de soluções mecânicas para as<br />

artes menores, tudo isso não merece, em justiça, ser cortejado<br />

com os meios rudimentares de que dispunham gerações<br />

anteriores. / Cada época em arte trabalhou os elementos com os<br />

meios e as noções do século. Mas precisamos de boa fé<br />

distinguir a diferença de intenção entre certos tratamentos<br />

tradicionais e os sucedâneos atuais” (Ibidem, 1926, p.4).

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