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Dissertação Vio - Unesp

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E STUDOS SOBRE E XPOGRAFIA 59<br />

ter sido realizado na capital do país, Rio de Janeiro, mas quanto a isso Mário de<br />

Andrade fez a seguinte reflexão:<br />

“Ora no Rio [de Janeiro] maliciosos, uma exposição como a de<br />

Anita Malfatti podia dar reações publicitárias, mas ninguém se<br />

deixava levar. Na São Paulo sem malícia, criou uma religião. (...)<br />

O artigo ‘contra’ do pintor (sic) Monteiro Lobato, embora fosse um<br />

chorrilho de tolices, sacudiu uma população, modificou uma vida”<br />

(Ibidem, 1945, p. 236).<br />

Mário de Andrade, no mesmo texto, justifica o fato de os artistas cariocas<br />

serem representados em menor número dizendo que estes se encontravam<br />

isolados e sem o apoio do mecenato privado como ocorria em São Paulo.<br />

“O fautor verdadeiro da Semana de Arte Moderna foi Paulo<br />

Prado. E só mesmo uma figura como ele e uma cidade grande,<br />

mas provinciana como São Paulo, poderiam fazer o movimento<br />

modernista e objetivá-lo na semana. / Houve tempo em que se<br />

cuidou de transplantar para o Rio [de Janeiro] as raízes do<br />

movimento, devido às manifestações impressionistas e<br />

principalmente pós-simbolistas que existiam então na capital da<br />

República. Existiam é inegável, principalmente nos que mais<br />

tarde, sempre mais cuidadosos de equilíbrio e espírito<br />

construtivo, formaram o grupo da revista ‘Festa’. [...] Então seria<br />

mais lógico evocar Manuel Bandeira, com seu ‘Carnaval’. Mas se<br />

soubéramos deste por um acaso de livraria e o admirávamos, do<br />

outros, nós, na província, ignorávamos até os nomes, porque os<br />

interesses imperialistas da Corte não eram nos mandar<br />

‘humilhados ou luminosos’, mas a grande camelote acadêmica,<br />

sorriso da sociedade, útil de provinciano gostar” (Ibidem, 1945,<br />

p.235).

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