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Dissertação Vio - Unesp

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E STUDOS SOBRE E XPOGRAFIA 2 13<br />

‘construção de um sonho’, essa ‘regata vagarosa’, segundo<br />

afirma Rudi Fuchs, é na verdade uma aula de como uma<br />

exposição deve ser feita em nossos dias. Ou seja, de forma a<br />

tornar-se o análogo mais perfeito possível do processo da arte na<br />

qual ela acredita” (Ibidem, Crise? No mundo, sim. Na arte,<br />

anuncia-se o futuro, 1982. In: Ibidem, 1991, p.86-7).<br />

Em 1983, apresentou idéias ainda mais próximas à Grande tela. Além de<br />

refletir sobre o discurso crítico do curador, abordou a questão de o curador propor<br />

uma moldura e um recorte além do recorte já presente na própria obra de arte<br />

(bidimensional), reflexão apoiada nos conceitos do balão e da Grande obra:<br />

“Aqui deve ser feito um breve parêntese para destacar a<br />

mudança extraordinária que a crítica vem sofrendo nos últimos<br />

anos. Ao se liberar das amarras da objetividade, racionalismo,<br />

estruturalismo etc.; ao transformar corajosamente o discurso<br />

numa espécie de obra análoga ao objeto de enfoque, muitas<br />

vezes a crítica alcança agora não só a criatividade literária como<br />

sobretudo uma grande profundidade filosófica. A metáfora poética<br />

de Celant – contra essa continuidade quebrada e interrompida –<br />

cortada de maneira a formar inumeráveis fragmentos e porções<br />

de telas (pinturas), criando intervalos e separações – é<br />

extremamente interessante. Pois o seu entendimento pode<br />

influenciar grandemente a nossa maneira de ver e pensar a arte. /<br />

A visão criativa do critico italiano pode nos fazer enxergar a arte<br />

como uma questão de continuidade histórica ou até mesmo<br />

colocá-la sob o prisma da ‘Grande Obra’ a que me refiro, quando<br />

pretendo verificar o fato artístico à luz da totalidade. [...] Esses<br />

cortes a que comumente chamamos de moldura ou de ‘limites da<br />

pintura’, portanto, passariam então a ter por um lado uma única e<br />

funcional finalidade ajudar a descobrir a história, ou por outro lado<br />

reforçar os atos estruturados que se dão entre o artista e o fruidor<br />

– atos que, como um todo, agem como ‘cola’ psíquica, existencial<br />

e intelectual que mantém toda cultura interligada” (Ibidem,<br />

Grandes formatos: euforia e paixão, 1983. In: Ibidem, 1991, p.94-<br />

5).

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