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Dissertação Vio - Unesp

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E STUDOS SOBRE E XPOGRAFIA 2 93<br />

Como vimos, a estratégia de Lina Bo Bardi pretendia liberar o público de<br />

interferências no discurso; já a catarse – recurso veementemente condenado pela<br />

teoria crítica marxista e tendo no distanciamento brechtiano seu antídoto – é o<br />

elemento principal da cenografia dramatizada.<br />

Contudo, quando nos deparamos com um comentário (exclamado em alto<br />

tom de voz) de John Cage – “Isto que é liberdade!” – quando se deparou com a<br />

Pinacoteca do MASP, não é possível interpretar essa frase como um momento de<br />

fruição racional, de distanciamento, e de reflexão crítica. Muito ao contrário, essa<br />

frase só pode ser interpretada como um momento de esfuziante emoção –<br />

catártico, em outras palavras.<br />

Assim posto, pode-se afirmar que o critério comunicativo das expografias<br />

moderna alemã e italiana são utópicos. Isso porque um espaço expositivo jamais<br />

se anulará, mas tão somente poderá interferir mais, ou menos. É possível também<br />

afirmar, como regra básica, que o momento fruitivo está ligado a mecanismos<br />

emocionais. E uma regra mais geral ainda é que o público trará seu repertório, sua<br />

experiência, e imprimirá não só sobre a arte, mas também à própria expografia<br />

conceitos culturais – que são forçosamente talhados com o passar do tempo. Só<br />

assim, é possível entender que a expografia moderna, na década de 1930 era<br />

algo completamente novo, mas que hoje é algo tradicional, o que implica numa<br />

mudança comportamental do público frente a esse espaço.<br />

Com base nas expografias estudadas no capítulo 4 e no apêndice, é<br />

possível afirmar que as recentes tendências de expografia introduzem uma nova<br />

interpretação sobre a relação entre a obra de arte e a expografia moderna<br />

tradicional, na qual a neutralidade visual é vista como uma utopia. O motivo disso

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