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Impressões Capixabas 165 anos de jornalismo no Espírito Santo

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Uma paixão chamada<br />

O Diário<br />

Ronald Alves e Thiago Dal Col<br />

No processo <strong>de</strong> formação do <strong>jornalismo</strong> impresso, muitos foram os jornais que nasceram, obtiveram<br />

sucesso e morreram, sempre com o objetivo <strong>de</strong> cumprir a importante função social <strong>de</strong> informar. No <strong>Espírito</strong><br />

<strong>Santo</strong>, um jornal já falecido – exceto na memória daqueles que o fizeram – estabeleceu-se como o gran<strong>de</strong><br />

laboratório <strong>de</strong> formação <strong>de</strong> jornalistas, num período em que não existiam as escolas <strong>de</strong> Jornalismo. Esse<br />

jornal foi O Diário.<br />

Este capítulo trata dos 25 <strong>a<strong>no</strong>s</strong> <strong>de</strong> existência <strong>de</strong>sse veículo, <strong>no</strong> período <strong>de</strong> 1955 a 1980. O Diário<br />

nasceu numa época em que os jornais <strong>de</strong>fendiam claramente uma posição política, pois eram instrumentos<br />

escancaradamente utilizados para essa finalida<strong>de</strong>;<br />

cresceu e morreu numa das fases mais obscuras da <strong>no</strong>ssa história, a ditadura militar.<br />

Hoje, 25 <strong>a<strong>no</strong>s</strong> <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> seu fechamento, cabe apresentar uma versão <strong>de</strong> sua história. O capítulo foi<br />

escrito a partir dos <strong>de</strong>poimentos presentes <strong>no</strong> livro O Diário da Rua Sete – 40 visões <strong>de</strong> uma paixão,<br />

organizado pelo jornalista Antônio <strong>de</strong> Pádua Gurgel, e <strong>de</strong> conversas dos autores com os jornalistas <strong>de</strong> O<br />

Diário Marien Calixte, Milson Henriques e Ti<strong>no</strong>co dos Anjos.<br />

O jornal O Diário reflete um sentimento contraditório. Primeiro vem o “fascínio”, uma vez que ele<br />

representou, <strong>de</strong>ntro do <strong>jornalismo</strong> capixaba, todo i<strong>de</strong>al <strong>de</strong> liberda<strong>de</strong> e experimentação que almejam os<br />

jornalistas. No final da década <strong>de</strong> 1960 e início <strong>de</strong> 1970, O Diário representava o jornal <strong>de</strong> vanguarda <strong>no</strong><br />

Estado.<br />

Era formado por jovens jornalistas em início <strong>de</strong> carreira, “focas”<br />

que, com muita garra e disposição, influenciados pelos acontecimentos culturais da época, traziam<br />

esses sentimentos para o <strong>jornalismo</strong> que faziam. Vemos, por intermédio dos <strong>de</strong>poimentos apaixonados dos<br />

profissionais, que a criativida<strong>de</strong> era uma atitu<strong>de</strong> valorizada na redação. Ela levou o jornal a fazer gran<strong>de</strong>s<br />

i<strong>no</strong>vações na imprensa do <strong>Espírito</strong> <strong>Santo</strong>.<br />

O sentimento contraditório surge do fato <strong>de</strong> O Diário em alguns momentos estabelecer um <strong>jornalismo</strong><br />

puramente sensacionalista, exclusivamente para ven<strong>de</strong>r jornais. Nas suas principais manchetes, estampava a<br />

violência, em letras garrafais, e priorizava o colunismo social.<br />

Nas páginas que vão adiante, temos a pretensão <strong>de</strong> tentar relatar um pouco do que foi O Diário, na<br />

magia dos <strong>de</strong>poimentos <strong>de</strong> quem trabalhou nesse veículo e o trata como uma paixão. Este relato constitui<br />

uma maneira <strong>de</strong> o leitor entrar em contato com o modo como os jornalistas viam o jornal e como

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