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Impressões Capixabas 165 anos de jornalismo no Espírito Santo

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<strong>de</strong> radiofoto, que <strong>de</strong>pois passou a se chamar telefoto. É creditado também a O Diário o primeiro<br />

telex que funcio<strong>no</strong>u num jornal do <strong>Espírito</strong> <strong>Santo</strong>.<br />

Segundo George Bonfin, lá aconteceu i<strong>no</strong>vação também na comercialização, que <strong>de</strong>u bons<br />

resultados. “O comum, até então, era o cliente fazer com o jornal um anúncio só, apenas<br />

uma publicação. E eu criei na época o formato diferente, que comprometia o cliente com o jornal,<br />

quer dizer, um contrato. E o cliente passava a anunciar três meses, seis meses”.<br />

Ti<strong>no</strong>co dos Anjos relata que, por essas e outras, O Diário foi um jornal i<strong>no</strong>vador. “Além dos<br />

equipamentos, ele também i<strong>no</strong>vou na linguagem, na diagramação e <strong>no</strong> conteúdo”.<br />

O preço da liberda<strong>de</strong><br />

O sonho <strong>de</strong> todo jornalista <strong>de</strong> hoje é po<strong>de</strong>r escrever o que pensa e o que sente sem se<br />

preocupar com a pressão do mercado nem com a aceitação do texto pelo editor. No <strong>Espírito</strong> <strong>Santo</strong>,<br />

um jornal permitiu essa experiência: <strong>no</strong> jornal O Diário havia liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> expressão <strong>no</strong>s termos<br />

que o <strong>jornalismo</strong> hoje não conhece.<br />

Liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> conteúdo e <strong>de</strong> forma. Era o período em que, na direção, estava Edgard dos Anjos<br />

e também Cláudio Bue<strong>no</strong> Ro- cha. Sempre havia chance para quem não tinha experiência.<br />

Em contrapartida, recursos financeiros nunca foram o gran<strong>de</strong> forte do jornal, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> sua inauguração.<br />

Sendo assim, existia liberda<strong>de</strong>, mas o salário do jornalista era coisa incerta. “NO Diário,<br />

podiase escrever com liberda<strong>de</strong> e fazer o que se quisesse, mas <strong>no</strong> final do mês não aparecia<br />

dinheiro”, revela Calixte.<br />

Na verda<strong>de</strong>, nesse período, O Diário recebia muitos jovens dispostos a apren<strong>de</strong>r a escrever, a<br />

fazer <strong>jornalismo</strong> e que, <strong>de</strong> certa forma, não estavam muito preocupados com o retor<strong>no</strong><br />

financeiro que a ativida<strong>de</strong> pu<strong>de</strong>sse dar. Os <strong>de</strong>poimentos comprovam que nem sempre o salário era a<br />

coisa mais importante para aqueles jovens jornalistas:<br />

“Todo dia era diferente. A gente tinha um amor danado. Nem<br />

importava se o salário estava atrasado ou se ganhávamos<br />

pouco. Às vezes, a gente ia prá oficina <strong>de</strong> madrugada ver os

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