16.04.2013 Views

Impressões Capixabas 165 anos de jornalismo no Espírito Santo

Impressões Capixabas 165 anos de jornalismo no Espírito Santo

Impressões Capixabas 165 anos de jornalismo no Espírito Santo

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

portância. Foi quando a mãe <strong>de</strong> Araceli chegou <strong>de</strong>sesperada para pedir ajuda à Polícia, porque a<br />

filha <strong>de</strong> <strong>no</strong>ve <strong>a<strong>no</strong>s</strong> havia <strong>de</strong>saparecido.<br />

Eu estava aguardando <strong>no</strong> corredor do segundo andar, on<strong>de</strong> funcionava o gabinete do chefe da<br />

Polícia, e, percebendo o <strong>de</strong>sespero da mãe, pedi que lhe <strong>de</strong>ssem priorida<strong>de</strong> na atenção. Ao observar<br />

a foto da menina <strong>de</strong>saparecida, pedi ao chefe da Polícia para publicá-la <strong>no</strong> Jornal da Cida<strong>de</strong>. Sete<br />

dias <strong>de</strong>pois, o corpo <strong>de</strong> Araceli foi encontrado nas matas do Hospital Infantil”, recorda Hilmar.<br />

O jornal <strong>de</strong> Maria Nilce<br />

Não é raro, ainda hoje, ouvir o Jornal da Cida<strong>de</strong> sendo chamado <strong>de</strong> “o jornal <strong>de</strong> Maria Nilce”.<br />

Nada mais natural, já que era sua polêmica coluna social que movimentava e sustentava o<br />

periódico, e foi o seu assassinato brusco que marcou <strong>de</strong>finitivamente a história da publicação. Tanto<br />

quanto sua coluna diária, Maria Nilce era contraditória e polêmica: admirada, <strong>de</strong>testada,<br />

temida, invejada por muitos. “Todo mundo que comprava o Jornal da Cida<strong>de</strong>, a primeira coisa que<br />

ia ler era a coluna <strong>de</strong>la. E ali acabava o jornal”, explica Tânia Trento.<br />

Moradora <strong>de</strong> Fundão dos Índios, uma pequena cida<strong>de</strong> do interior do <strong>Espírito</strong> <strong>Santo</strong>, Maria<br />

Nilce estava <strong>no</strong>iva quando começou a enviar cartas para o jornalista Djalma Magalhães, <strong>de</strong> A<br />

Tribuna, em Vitória. Os dois acabaram se casando. Maria Nilce tinha 18 <strong>a<strong>no</strong>s</strong> e ele, 31. Djalma a<br />

levou para trabalhar <strong>no</strong> jornal. Ela atuou como colunista social até ser <strong>de</strong>spedida. Djalma seguiu os<br />

passos da mulher e saiu <strong>de</strong> A Tribuna.<br />

“Enquanto Djalma escrevia para agradar aos militares, Maria Nilce escrevia para fazer a vida<br />

<strong>de</strong>la”, afirma Zuleika. E, com um estilo cada vez mais agressivo, a coluna <strong>de</strong> Maria Nilce <strong>no</strong> <strong>no</strong>vo<br />

jornal logo a tor<strong>no</strong>u conhecida. Ela era constantemente acusada <strong>de</strong> usar sua coluna para chantagear<br />

os que se recusavam a publicar anúncios. Seus comentários maldosos e preconceituosos geravam<br />

diversas rixas e <strong>de</strong>safetos, assim como suas reações exageradas nas relações pessoais. Devido a esse<br />

comportamento, passou a ser vista com restrições pelos <strong>de</strong>mais jornalistas e com ressentimento por<br />

membros da socieda<strong>de</strong> capixaba.<br />

“Era Maria Nilce. Na época, havia dois colunistas sociais: Heraldo Brasil e Maria Nilce.<br />

Depois, ela foi tomando o público e ficou só Maria Nilce, o tempo todo. O jornal era a coluna

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!