16.04.2013 Views

Impressões Capixabas 165 anos de jornalismo no Espírito Santo

Impressões Capixabas 165 anos de jornalismo no Espírito Santo

Impressões Capixabas 165 anos de jornalismo no Espírito Santo

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

A Igreja entra com tudo na peleja<br />

Durante o regime militar, A Igreja esteve na vanguarda das mudanças <strong>no</strong> País e li<strong>de</strong>rou a<br />

frente da reabertura política, escudando os movimentos sociais, sindicatos e partidos que então se<br />

organizavam. Após o Concílio Vatica<strong>no</strong> II, na década <strong>de</strong> 60, o i<strong>de</strong>ário da recém-fundada Teologia<br />

da Libertação, baseada na realida<strong>de</strong> dos povos do terceiro mundo, encontrou campo fértil para se<br />

disseminar pelo Brasil. Segundo esse i<strong>de</strong>ário, a Bíblia <strong>de</strong>ve ser interpretada sob a realida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sses<br />

povos – e não mais eurocentrista, como sempre havia sido. A Igreja <strong>de</strong>ve olhar por seus fiéis sob<br />

uma luz mais social (socialista?) e, na via inversa, a socieda<strong>de</strong> <strong>de</strong>ve ser interpretada sob a luz do<br />

Evangelho.<br />

Encabeçados por D. Paulo Evaristo Arns, então arcebispo <strong>de</strong> São Paulo, um gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong><br />

clérigos e religiosos em geral adotou prontamente essas idéias <strong>no</strong> espaço social on<strong>de</strong> atuavam.<br />

Desse modo, ao longo da ditadura, tivemos, <strong>no</strong> País, uma Igreja extremamente politizada,<br />

efervescente, atuante nas causas sociais, comprometida com os movimentos que explodiam e,<br />

por tudo isso, diretamente responsável pela rearticulação política da socieda<strong>de</strong> brasileira. Essa<br />

história já é mais que conhecida.<br />

Em verda<strong>de</strong>, o que muitos ig<strong>no</strong>ram é que, mais do que ser simplesmente mais um palco <strong>de</strong><br />

aplicação <strong>de</strong>ssas idéias, o <strong>Espírito</strong> <strong>Santo</strong> constituiu-se <strong>no</strong> portal principal para que as mesmas<br />

pu<strong>de</strong>ssem penetrar <strong>no</strong> País. Quem explica é David Protti, professor <strong>de</strong> Comunicação Social da Ufes:<br />

“Quando eu vim para o <strong>Espírito</strong> <strong>Santo</strong>, em 1983, encontrei uma Igreja muito mais politizada que<br />

aquela <strong>de</strong> on<strong>de</strong> eu vinha [Ribeirão Preto, SP], o palco para a introdução do Concílio Vatica<strong>no</strong> II <strong>no</strong><br />

Brasil. O bispo daqui, D.<br />

João Batista da Motta e Albuquerque, foi para o Concílio II e já quis implantar logo <strong>de</strong> cara as<br />

<strong>no</strong>vida<strong>de</strong>s, as diretrizes do Concílio – ele e um outro bispo chamado D. Luiz Fernan<strong>de</strong>s.<br />

Então, Vitória foi um gran<strong>de</strong> laboratório para o Brasil inteiro quanto à implantação <strong>de</strong> uma série <strong>de</strong><br />

ações propostas <strong>no</strong> Concílio Vatica<strong>no</strong> II, entre elas o conceito e a prática <strong>de</strong> Comunida<strong>de</strong>s<br />

Eclesiais <strong>de</strong> Base (ou CEBs)”.<br />

E completa: “Esse movimento foi muito importante porque mudou a atuação dos padres, a<br />

i<strong>de</strong>ologia e a ativida<strong>de</strong> da maioria <strong>de</strong>les, que passaram a morar junto com as populações pobres

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!