16.04.2013 Views

Impressões Capixabas 165 anos de jornalismo no Espírito Santo

Impressões Capixabas 165 anos de jornalismo no Espírito Santo

Impressões Capixabas 165 anos de jornalismo no Espírito Santo

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Diante do presente estudo, po<strong>de</strong>mos fazer reflexões sobre a trajetória das revistas <strong>no</strong> <strong>Espírito</strong><br />

<strong>Santo</strong>, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> seu nascimento até a atualida<strong>de</strong>. Se colocarmos lado a lado alguns periódicos<br />

literários do início do século XX – tais como a Revista Ilustrada, <strong>de</strong> 1910, e a Vitória Ilustrada,<br />

<strong>de</strong> 1914, e as publicações que encontramos hoje nas bancas, perceberemos algumas diferenças e<br />

semelhanças que valem ser consi<strong>de</strong>radas. Apesar da óbvia disparida<strong>de</strong> temporal do contexto<br />

histórico em que cada uma está inserida, observamos que elas, em sua maioria, foram produzidas<br />

para as elites capixabas ao longo <strong>de</strong> todo o percurso que as distancia. Quando falamos em elite,<br />

referimo-<strong>no</strong>s não apenas ao peque<strong>no</strong> grupo <strong>de</strong> famílias <strong>de</strong>tentoras <strong>de</strong> terras e fortuna ou, ainda, <strong>de</strong><br />

gran<strong>de</strong>s negócios.<br />

Ao falarmos das classes privilegiadas do início do século passado, tocamos,<br />

conseqüentemente, <strong>no</strong>s grupos <strong>de</strong>tentores da produção cultural. Nessa perspectiva, os periódicos<br />

não-diários, mais especificamente, eram espaços propagadores dos interesses <strong>de</strong> seus “do<strong>no</strong>s”, logo,<br />

da cultura a que tinham acesso, como as obras literárias. Convenhamos que literatura nunca foi o<br />

forte das massas em <strong>no</strong>sso País e não seria diferente em <strong>no</strong>sso Estado, on<strong>de</strong> a história o <strong>de</strong>nuncia<br />

como <strong>de</strong>slocado do eixo <strong>de</strong> produção cultural.<br />

Muda a socieda<strong>de</strong>, mudam alguns interesses. Os <strong>a<strong>no</strong>s</strong> não mudaram, entretanto, a estrutura do<br />

mercado <strong>de</strong> revistas <strong>no</strong> <strong>Espírito</strong> <strong>Santo</strong>. Com poucas e perecíveis variações relevantes (vale lembrar<br />

das publicações das décadas <strong>de</strong> 1970 e 1980), esses periódicos continuam predominantemente<br />

voltados para as classes altas, contemplando apenas suas <strong>no</strong>vas “necessida<strong>de</strong>s”. Se antes tínhamos<br />

literatura nas páginas das revistas, agora temos moda, produtos caros, empreendimentos e célebres<br />

<strong>de</strong>sconhecidos ao restante da socieda<strong>de</strong>. As que buscaram fugir <strong>de</strong>ssa tendência infelizmente não<br />

persistiram muito tempo, e as que se propõem a fazer um trabalho diferenciado encontram<br />

dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> sobreviver em um mercado dominantemente elitizado.<br />

O aspecto segmentado <strong>de</strong>ssas publicações também vale ser lembrado. As revistas capixabas<br />

aten<strong>de</strong>m públicos distintos, mas sempre os mesmos. Temos publicações <strong>de</strong>stinadas a variados<br />

nichos, os quais foram surgindo conforme as exigências do mercado, mas todas voltadas para o<br />

mesmo segmento social – é importante lembrar que aqui falamos <strong>no</strong> que é predominante.<br />

São revistas sobre coluna social, para faixas etárias diferentes, para <strong>de</strong>terminado tipo <strong>de</strong>

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!