16.04.2013 Views

Impressões Capixabas 165 anos de jornalismo no Espírito Santo

Impressões Capixabas 165 anos de jornalismo no Espírito Santo

Impressões Capixabas 165 anos de jornalismo no Espírito Santo

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

O <strong>Espírito</strong> <strong>Santo</strong> em revista<br />

Ceciana França, Daniella Za<strong>no</strong>tti,<br />

Fernanda Pontes e Patrícia Galleto<br />

A imprensa é um ótimo reflexo do imaginário sociocultural dos grupos <strong>de</strong>tentores dos<br />

meios <strong>de</strong> comunicação. Estudar a evolução <strong>de</strong>sses veículos significa, portanto, analisar<br />

a versão dos fatos sob a ótica <strong>de</strong> uma pequena parcela da socieda<strong>de</strong>, predominantemente, a<br />

elite. Tal fator se torna ainda mais evi<strong>de</strong>nte se observarmos as revistas aqui produzidas.<br />

Durante todo o processo evolutivo <strong>de</strong>ssas publicações <strong>no</strong> Estado, é possível perceber que,<br />

em sua maioria, elas foram – e continuam sendo – concebidas pelas classes <strong>de</strong> maior po<strong>de</strong>r<br />

aquisitivo e a elas <strong>de</strong>stinadas, contribuindo para a perpetuação <strong>de</strong> seu status.<br />

Iniciamos <strong>no</strong>sso estudo a partir da análise <strong>de</strong> uma revista eclética, a Vida Capichaba,<br />

que unia literatura e <strong>no</strong>tícia. Des<strong>de</strong> então, o colunismo social se fazia presente nas edições,<br />

focando a nata aristocrática da época. Essa especificida<strong>de</strong> temática ganhou força com os<br />

<strong>a<strong>no</strong>s</strong>, <strong>de</strong>flagrando um processo <strong>de</strong> fragmentação das publicações com esse formato, fator<br />

marcante <strong>no</strong> mercado capixaba.<br />

Se antes tínhamos uma revista multitemática, embora vi- sivelmente carregada <strong>de</strong><br />

peculiarida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> uma elite social e <strong>de</strong>stinada, a princípio, a toda população da Capital,<br />

atualmente temos publicações com temas específicos para públicos <strong>de</strong>terminados.<br />

Essa característica atual é muito mais perceptível e proposital do que em outros tempos.<br />

É como se, majoritariamente, a classe alta escrevesse para si mesma sobre temas que<br />

dizem respeito apenas ao seu subgrupo. Talvez esta seja uma exigência natural do mercado,<br />

talvez seja mesmo fruto <strong>de</strong> uma mentalida<strong>de</strong> provinciana, presente até hoje nas revistas<br />

capixabas. O fato é que ainda há gran<strong>de</strong>s obstáculos nesse tipo <strong>de</strong> produção local e as que se<br />

mantêm na ativa são, em sua maioria, <strong>de</strong>dicadas a empresas privadas, ao colunismo social e<br />

ao consumo. É interessante ressaltar que, ao longo dos oitenta <strong>a<strong>no</strong>s</strong> que este estudo alcança,<br />

uma das dificulda<strong>de</strong>s que prevalece continua sendo a mesma: a falta <strong>de</strong> aceitação <strong>de</strong><br />

publicações locais pelo público capixaba.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!