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Impressões Capixabas 165 anos de jornalismo no Espírito Santo

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Eu levava para a Universida<strong>de</strong> e Jô para os bairros. Com 2 mil exemplares, colocávamos 500<br />

na banca e distribuíamos 1.500 nas comunida<strong>de</strong>s, <strong>de</strong> mão em mão”. Já os anúncios eram, <strong>de</strong> acordo<br />

com Tânia Mara, “basicamente, <strong>de</strong> profissionais liberais <strong>de</strong> esquerda e cobriam apenas o custo do<br />

jornal, que era feito por jornalistas quase na sua totalida<strong>de</strong> voluntários, que tinham um outro<br />

trabalho e eram, na verda<strong>de</strong>, colaboradores”. Como completa Namy Chequer, “profissionais liberais<br />

(médicos, <strong>de</strong>ntistas, advogados e comerciantes) ajudavam com dinheiro. Era gente comprometida<br />

com a luta contra o regime militar. O jornal tinha espaço para publicida<strong>de</strong>, mas assentava sua<br />

viabilida<strong>de</strong> financeira em cima das vendas avulsas”. O público do Posição era<br />

composto, principalmente, por estudantes universitários e li<strong>de</strong>ranças políticas e intelectuais. De<br />

acordo com Namy Chequer, “o jornal era bem vendido. Quem comprava sabia que estava ajudando<br />

a manter um órgão da imprensa alternativa. Os leitores eram pessoas que sabiam que não<br />

encontrariam em A Gazeta e A Tribuna as informações que buscavam. Denúncias <strong>de</strong> corrupção, <strong>de</strong><br />

mordomias do po<strong>de</strong>r, <strong>de</strong> negociatas com dinheiro público, tudo isso era impossível <strong>de</strong> se saber junto<br />

aos jornais tradicionais. Informações sobre ativida<strong>de</strong>s sindicais, tais como fundação <strong>de</strong><br />

sindicatos ou movimentos grevistas, sofriam absoluto boicote na chamada gran<strong>de</strong> imprensa<br />

capixaba”.<br />

Conforme afirma Robson Moreira, o jornal tinha uma tiragem pequena, com uma média <strong>de</strong> 3<br />

mil exemplares por edição. “O jornal Posição era uma coisa muito pequenininha em relação<br />

aos outros veículos estabelecidos. Não tínhamos nenhuma pretensão <strong>de</strong> tirar o leitor, nem <strong>de</strong><br />

concorrer também”. Sobre a produção, Namy <strong>de</strong>staca que o jornal foi duramente perseguido, por<br />

isso não era qualquer gráfica que permitia sua impressão. Dificulda<strong>de</strong> que foi explicitada na<br />

apresentação do jornal, logo <strong>no</strong> editorial da primeira edição. Conforme lembra Robson Moreira,<br />

“era complicado, tínhamos <strong>de</strong> mandar para Belo Horizonte, on<strong>de</strong> o fotolito era feito, <strong>de</strong>pois para a<br />

gráfica <strong>de</strong> um conhecido <strong>no</strong>sso em Juiz <strong>de</strong> Fora, on<strong>de</strong> rodava e mandava para a rodoviária”.<br />

De maio <strong>de</strong> 1976 até o final <strong>de</strong> 1979, período <strong>de</strong> duração do Posição, é possível perceber três<br />

fases que caracterizam o percurso do jornal. Criado por jornalistas, a primeira é marcada pela<br />

nãoligação a partidos ou organizações e por uma linha jornalística <strong>de</strong> produção, com a preocupação<br />

<strong>de</strong> elaborar matérias, reportagens e entrevistas <strong>de</strong> natureza jornalísticas, embora já se colocasse, não

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