16.04.2013 Views

Impressões Capixabas 165 anos de jornalismo no Espírito Santo

Impressões Capixabas 165 anos de jornalismo no Espírito Santo

Impressões Capixabas 165 anos de jornalismo no Espírito Santo

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Concluímos, então, um propósito bem diverso daquele que vimos, por exemplo, <strong>no</strong> jornal<br />

Caminhada, conforme enfatiza Paulo: “Era uma reflexão muito mais ligada à realida<strong>de</strong>, era<br />

para estimular os grupos da Pastoral Operária a refletirem sobre a realida<strong>de</strong>, com pouca referência<br />

religiosa. Lógico que tinha, volta e meia, uma fala bíblica, uma ou outra citação...”.<br />

O Ferramenta atingia todas as dioceses do Estado (Vitória, Linhares, São Mateus, Colatina e<br />

Cachoeiro). Tanto que, na época em que algumas pessoas foram mortas pela perseguição dos<br />

fazen<strong>de</strong>iros em Pancas e Linhares, on<strong>de</strong> morreram vários trabalhadores, o jornal registrou tudinho.<br />

O gran<strong>de</strong> mérito do jornal, como porta-voz da Pastoral Operária, foi <strong>de</strong> ter sido, indiretamente,<br />

um dos fatores que, em 1978, culminariam na greve da construção civil, primeira durante a ditadura<br />

militar <strong>no</strong> <strong>Espírito</strong> <strong>Santo</strong>. É aí que alguns sindicatos começam a ser tomados pela oposição e é<br />

fundada a CUT <strong>no</strong> Estado. No campo, ocorreu um processo semelhante, que tem como marco a<br />

fundação do Sindicato dos Trabalhadores Rurais <strong>de</strong> Colatina.<br />

Mas que ninguém pense que tudo foi só flores. “Teve uma época”, relembra Dona Eni, “em<br />

que os sindicatos tentavam entrar nas fábricas pra distribuírem os boletins, mas não <strong>de</strong>ixavam<br />

eles entrarem. Era muito difícil... Muitas vezes, os trabalhadores tinham que distribuir escondido”.<br />

Os (Ir)responsáveis<br />

Como dissemos, havia também por parte da Arquidiocese, sob o comando <strong>de</strong> D. João Batista<br />

da Motta e Albuquerque, a preocupação em capacitar as li<strong>de</strong>ranças populares em<br />

comunicação alternativa (nesse caso, comunitária). A Igreja, <strong>de</strong> certa forma, era um centro on<strong>de</strong> se<br />

faziam treinamentos para o pessoal das Comunida<strong>de</strong>s Eclesiais <strong>de</strong> Base e, junto com elas, os<br />

movimentos sociais que existiam (praticamente todos vinculados à questão religiosa). Assim, vira e<br />

mexe, havia os cursos nessa área, ministrados pela assessoria <strong>de</strong> comunicação. Entre os instrutores,<br />

Anselmo Venturin: “Essas oficinas eram voltadas a agentes comunitários dos bairros. Tinha gente<br />

também da Juventu<strong>de</strong> Operária Católica (a JOC). E esse pessoal queria apren<strong>de</strong>r a fazer<br />

comunicação.<br />

Então, por exemplo, num treinamento <strong>de</strong> fazer impressos, a gente reunia li<strong>de</strong>ranças <strong>de</strong> vários<br />

lugares e fazia algumas explanações teóricas <strong>de</strong> comunicação, oficinas <strong>de</strong> fotografia, o pessoal

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!