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Impressões Capixabas 165 anos de jornalismo no Espírito Santo

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Nos <strong>a<strong>no</strong>s</strong> 80, as relações entre as empresas jornalísticas e os jornalistas ainda eram muito<br />

insatisfatórias, porém havia uma preocupação em mudar esse quadro, pelo me<strong>no</strong>s por parte<br />

dos jornalistas, que lutavam por relações mais justas. Este era o período <strong>de</strong> reorganização dos<br />

sindicatos e <strong>de</strong> intensa mobilização da socieda<strong>de</strong> civil, o que convergiria para o fim da ditadura.<br />

Foi feito um acordo coletivo com A Tribuna que <strong>de</strong>terminava a não-redução do quadro <strong>de</strong><br />

jornalistas – em tor<strong>no</strong> <strong>de</strong> 70, <strong>no</strong> momento. Contudo, esse acordo foi <strong>de</strong>srespeitado e, <strong>no</strong> a<strong>no</strong><br />

<strong>de</strong> 1984, o jornal <strong>de</strong>mitiu dois funcionários, criando um clima <strong>de</strong> insatisfação entre os <strong>de</strong>mais<br />

profissionais.<br />

Com isso, a greve se tor<strong>no</strong>u a melhor alternativa <strong>de</strong> manifestação e, ao mesmo tempo, <strong>de</strong><br />

marcar revolta e solidarieda<strong>de</strong>. Eles exigiam que o jornal fosse fiel às <strong>de</strong>cisões tomadas e<br />

mantivesse o quadro <strong>de</strong> vagas como havia antes sido acordado. A empresa se mostrou totalmente<br />

radical à mobilização e imediatamente fechou o jornal.<br />

Então, dois dos grevistas (Francisco Flores e Romero Mendonça) optaram por não <strong>de</strong>sistir tão<br />

facilmente, e entraram em greve <strong>de</strong> fome. Ficaram por vários dias na porta da empresa, recebendo o<br />

apoio <strong>de</strong> várias pessoas, inclusive políticos do cenário nacional. No sétimo dia, a saú<strong>de</strong> <strong>de</strong>les não<br />

resistiu, e eles foram internados. A atitu<strong>de</strong> dos grevistas não surtiu o efeito esperado, já que o jornal<br />

não retomou suas ativida<strong>de</strong>s e ficou inativo por aproximadamente três <strong>a<strong>no</strong>s</strong>.<br />

“Fiz 12 dias <strong>de</strong> greve <strong>de</strong> fome, a única coisa que tomávamos era água <strong>de</strong> coco. Não me<br />

arrependo <strong>de</strong> ter feito e hoje faria <strong>no</strong>vamente pela categoria. A gente recebeu muito apoio durante a<br />

greve, mas, infelizmente, o jornal não abriu”, afirmou Romero Mendonça.<br />

Reuniões foram realizadas entre o então governador, Gérson Camata, e o superinten<strong>de</strong>nte do<br />

Grupo João <strong>Santo</strong>s, Sérgio Maçães, na tentativa <strong>de</strong> se buscar uma solução para o impasse. Mas<br />

a diretoria se mostrava irredutível e cogitava, ainda, a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ven<strong>de</strong>r o jornal, pois este,<br />

segundo Maçães, estava registrando sucessivos prejuízos <strong>no</strong>s últimos meses.<br />

Audálio Dantas, então presi<strong>de</strong>nte nacional da Fe<strong>de</strong>ração Nacional dos Jornalistas (Fenaj), veio<br />

ao Estado e, junto com Ti<strong>no</strong>co dos Anjos, presi<strong>de</strong>nte do Sindicato dos Jornalistas do <strong>Espírito</strong> <strong>Santo</strong><br />

à época, reuniu-se com o Governador para discutir a situação.

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