16.04.2013 Views

Impressões Capixabas 165 anos de jornalismo no Espírito Santo

Impressões Capixabas 165 anos de jornalismo no Espírito Santo

Impressões Capixabas 165 anos de jornalismo no Espírito Santo

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

dialogavam com o público, as histórias, lendas ou não, que ocorreram e marcaram a época, e tudo aquilo<br />

que em parte faz com que O Diário mereça, por diversos motivos, ser lembrado <strong>no</strong>s livros que contam<br />

a história do <strong>jornalismo</strong> capixaba.<br />

O maior diário da Rua Sete<br />

O sr. Carlos Lin<strong>de</strong>nberg é diretamente responsável por<br />

tudo quanto tem acontecido <strong>de</strong> violências policiais, durante o<br />

seu Gover<strong>no</strong>. Da sua inspiração política, dos exemplos <strong>de</strong><br />

perseguição que tem dado, da proteção que está dispensando<br />

a esses belenguis policiais – <strong>de</strong> tudo isto é que nasce e se<br />

revigora o clima <strong>de</strong> terror e <strong>de</strong> morte.<br />

Este era o editorial publicado pelo jornal O Diário, em 12 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 1960, assinado por<br />

Plínio Marchini, o diretor <strong>de</strong> então, que escrevia textos apaixonados em <strong>de</strong>fesa do político<br />

Francisco Lacerda <strong>de</strong> Aguiar, o Chiquinho. Uma prática comum, pois os jornais da época eram<br />

controlados por grupos políticos que os utilizavam como arma para combater os adversários.<br />

Este é só um exemplo da instrumentalização explícita da imprensa em tempos idos. Mas a<br />

história dO Diário começou a ser escrita sob o patrocínio <strong>de</strong> outros “coronéis” da política<br />

capixaba e colecio<strong>no</strong>u, ao longo <strong>de</strong> 25 <strong>a<strong>no</strong>s</strong>, muitas curiosida<strong>de</strong>s, orientações e “<strong>de</strong>sorientações”<br />

jornalísticas.<br />

Após a compra dos equipamentos do jornal Folha do Povo, em 1955, O Diário iniciava a sua<br />

circulação, dirigido por membros do Partido Social Democrático (PSD), que havia perdido as<br />

eleições <strong>no</strong> a<strong>no</strong> anterior. Nesse a<strong>no</strong>, o governador era Francisco Lacerda <strong>de</strong> Aguiar e O Diário<br />

atuava como um jornal <strong>de</strong> oposição. Nasceu “para manter acesa a chama do PSD”. Trazia em suas<br />

seis páginas, quando começou a circular, assuntos <strong>de</strong> política, comércio, cultura, com <strong>de</strong>staque para<br />

cinema e esporte, além <strong>de</strong> informação nacional <strong>de</strong> modo geral.<br />

Nesse mesmo a<strong>no</strong>, por falta <strong>de</strong> verbas, o jornal foi comprado por Mário Tamborin<strong>de</strong>gui, um<br />

empresário carioca do setor <strong>de</strong> construção <strong>de</strong> estradas, que o fez para servir a Chiquinho. Segundo o<br />

jornalista Marien Calixte, “entre 1955 e 1958, o jornal foi usado para torpe<strong>de</strong>ar Carlos Lin<strong>de</strong>nberg,<br />

Jones dos <strong>Santo</strong>s Neves e todo mundo que não fosse Chiquinho. Era essencialmente sectário”.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!