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Impressões Capixabas 165 anos de jornalismo no Espírito Santo

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empresa chamava <strong>de</strong> “recomendações editoriais”, as quais, por vezes, seriam um consenso entre<br />

os editores e os seus repórteres – como a não-publicação <strong>de</strong> temas tabus para a época, como a<br />

homossexualida<strong>de</strong> – e, por outras, seriam a transmissão <strong>de</strong> um posicionamento político da diretoria.<br />

Mas os tempos <strong>de</strong> ditadura não foram <strong>de</strong> todo ruins para A Gazeta. Durante o período <strong>de</strong><br />

exceção, o jornal ganhou porte empresarial. Em 1969, ela saiu da sua se<strong>de</strong>, o acanhado<br />

prediozinho <strong>de</strong> três andares na Rua General Osório, Centro <strong>de</strong> Vitória, para se instalar <strong>no</strong> Edifício A<br />

Gazeta, <strong>de</strong> treze andares, um investimento imobiliário, localizado na mesma rua. Naquele<br />

mesmo a<strong>no</strong>, foi instalado, já na <strong>no</strong>va se<strong>de</strong>, o sistema <strong>de</strong> impressão off-set e a rotativa Goss.<br />

Também se passou a utilizar o fotolito e, nessa mesma época, foi introduzida a composição a frio.<br />

Glecy Coutinho explica o processo <strong>de</strong> composição a chumbo, abandonado com a mudança: “A<br />

barra <strong>de</strong> chumbo vai <strong>de</strong>rretendo e cai nas canaletas. Quando ela ainda está mole vai-se<br />

datilografando, é uma espécie <strong>de</strong> datilografia em cima do chumbo ainda quente e mole. Se faz uma<br />

fatia, linha por linha, a linha vai passando e vai caindo, com a letra em cima. Depois que o texto<br />

estava pronto, amarrava-se com um barbante todos os pedaços formando o tex- to. Colocava-se<br />

numa mesa e tirava-se uma cópia. Botava-se <strong>no</strong> prelo e se passava tinta em cima, <strong>de</strong>pois se botava o<br />

papel e passava o rolo. O que estava escrito ali já saía pronto. Depois, passava-se o material para o<br />

jornalista ler e corrigir. Tinha os revisores, além da redação, era muita gente que trabalhava por<br />

tur<strong>no</strong>, um lia a matéria, corrigia e <strong>de</strong>pois lia <strong>de</strong> <strong>no</strong>vo. Esse trabalho <strong>de</strong> revisão veio até a chegada<br />

dos computadores. O que estivesse errado era marcado <strong>no</strong> texto, levado para a oficina e os<br />

funcionários corrigiam as palavras erradas e acentos <strong>no</strong> chumbo”.<br />

Por falar em mudanças, em 1983, A Gazeta trocou <strong>no</strong>vamente <strong>de</strong> casa. Dessa vez, a empresa<br />

saiu do Centro <strong>de</strong> Vitória e se instalou na atual e bem estruturada se<strong>de</strong> na Rua Chafic Murad, Ilha<br />

<strong>de</strong> Monte Belo, montada para comportar todos os veículos da Re<strong>de</strong> Gazeta. A mudança física da<br />

empresa foi acompanhada por <strong>no</strong>va mo<strong>de</strong>rnização do parque gráfico, com a compra da rotativa<br />

Harris/845, com capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> impressão <strong>de</strong> 60 mil exemplares por hora.<br />

Mas, voltando aos <strong>a<strong>no</strong>s</strong> setenta, em 1971, dando continuida<strong>de</strong> às re<strong>no</strong>vações tec<strong>no</strong>lógicas, com<br />

a aposentadoria <strong>de</strong>finitiva das máquinas <strong>de</strong> li<strong>no</strong>tipo, chega às redações capixabas o primeiro telex,<br />

que conectaria A Gazeta às principais agências <strong>de</strong> <strong>no</strong>tícias nacionais e internacionais e seria um

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