16.04.2013 Views

Impressões Capixabas 165 anos de jornalismo no Espírito Santo

Impressões Capixabas 165 anos de jornalismo no Espírito Santo

Impressões Capixabas 165 anos de jornalismo no Espírito Santo

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

e difusão <strong>de</strong> informações como o mo<strong>de</strong>lo convencional <strong>de</strong> se fazer <strong>jornalismo</strong> – portanto, um<br />

mo<strong>de</strong>lo hegemônico.<br />

Essa imprensa, hoje, aten<strong>de</strong>ndo à conformação midiática que se dá em âmbito global, está<br />

concentrada na gran<strong>de</strong> empresa e baliza a sua ativida<strong>de</strong> pela lógica industrial da produção<br />

massiva <strong>de</strong> <strong>no</strong>tícias. É, portanto, uma imprensa inscrita <strong>no</strong> que po<strong>de</strong> ser entendido como<br />

“comunicação <strong>de</strong> massa” e que, por seu longo alcance e repercussão social, pelo número expressivo<br />

<strong>de</strong> leitores, pela sua proximida<strong>de</strong> (promiscuida<strong>de</strong>) às esferas <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r, pela sua influência direta na<br />

configuração da socieda<strong>de</strong> que abrange e nas suas constantes re-configurações, ten<strong>de</strong> a se instaurar<br />

<strong>no</strong> imaginário popular como sendo “a” imprensa; é entendida, <strong>no</strong> senso comum, como o único<br />

modo possível, a única “alternativa”. E é precisamente esse mo<strong>de</strong>lo que adotamos como um<br />

pressuposto, para chegarmos à <strong>de</strong>finição <strong>de</strong>ssa tal “imprensa alternativa”.<br />

Não quer dizer, <strong>de</strong> modo algum, que estamos aqui legitimando esse mo<strong>de</strong>lo, que estamos<br />

tomando uma visão “globo-centrista”.<br />

Muito pelo contrário, admitir sua hegemonia não equivale a coadunar com ela. Enten<strong>de</strong>mos<br />

que, longe <strong>de</strong> permitir a diversida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>mocratizar a informação – como seus representantes tanto<br />

gostam <strong>de</strong> afirmar –, uma tal conformação é extremamente negativa, na medida em que essa marcha<br />

da concentração dos meios vem <strong>no</strong>tavelmente redundar numa homogeneização do <strong>no</strong>ticiário que<br />

chega à população, logo seguindo na via inversa <strong>de</strong>ssa diversida<strong>de</strong> tão charlatanescamente<br />

propalada.<br />

Ora, tomando-se alguns exemplares <strong>de</strong> exemplos <strong>de</strong>ssa gran<strong>de</strong> imprensa, jornais <strong>de</strong> gran<strong>de</strong><br />

circulação que representam esse mo<strong>de</strong>lo, <strong>no</strong>tamos que a or<strong>de</strong>m do dia entre eles é praticamente a<br />

mesma. Seguem estes veículos basicamente os mesmos critérios para <strong>de</strong>finição da pauta e as<br />

mesmas estratégias <strong>de</strong> discurso para apresentar as <strong>no</strong>tícias. Assim, priorizam na seleção dos<br />

fatos aquilo que se mostra vendável (comercializável) e, ao apresentar essas <strong>no</strong>tícias, lançam-lhes<br />

contor<strong>no</strong>s cada vez mais espetacularizados – processo cada vez mais difundido entre os<br />

jornais impressos, visando a recuperar o espaço ocupado pelo tele<strong>jornalismo</strong>.<br />

Fundados que estão esses jornais em parâmetros estritamente comerciais, tratam a informação<br />

como um produto mercadológico, julgando-a, assim, pelo seu valor <strong>de</strong> troca e não mais pelo<br />

interesse social, princípio elementar do <strong>jornalismo</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a sua mais remota origem.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!