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Impressões Capixabas 165 anos de jornalismo no Espírito Santo

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continuou. Aí, um dia, ele foi fazer um casamento em Castelo Branco, aí na volta <strong>de</strong>le... O caso foi<br />

investigado, mas acho que houve mesmo é compra <strong>de</strong> justiça”.<br />

Paulo Soldatelli complementa: “Se alguém mandou matar, foi alguém muito importante que<br />

até hoje a gente não sabe. Teve todo um processo <strong>de</strong> apuração, mas, infelizmente, por enquanto, a<br />

versão oficial é <strong>de</strong> que foi um assalto”.<br />

Outra peça-chave nessa fase inicial do Ferramenta foi Cláudio Vereza. Na época, já tendo<br />

<strong>de</strong>ixado O Encontro – jornal nascido espontaneamente <strong>no</strong> movimento popular do bairro Aribiri,<br />

em Vila Velha –, Cláudio ganhava dois (!) salários mínimos para trabalhar <strong>no</strong> Centro <strong>de</strong><br />

Documentação das Igrejas <strong>de</strong> Vitória (Cedives), atrelado à Arquidiocese. Um dia, foi surpreendido<br />

com a encomenda: a P.O., por meio <strong>de</strong> Padre Gabriel, queria que ele elaborasse um jornalzinho para<br />

a classe operária, assim, assim e assado. Para Cláudio, a proposta era bem clara: “O Ferramenta,<br />

seguindo a linha daqueles boletins – alimentar e fortalecer as CEBs e, por conseguinte, os<br />

movimentos sociais – <strong>de</strong>veria estimular um movimento sindical combativo, enca<strong>de</strong>ar a formação <strong>de</strong><br />

li<strong>de</strong>ranças para atuar na socieda<strong>de</strong>”.<br />

Aceita a tarefa, Cláudio, em parceria com Tereza Cogo – hoje sua esposa –, “assi<strong>no</strong>u” as<br />

primeiras edições do informativo.<br />

“Passado um a<strong>no</strong>, ele andou com as próprias pernas”. Esse “an- dar com as próprias pernas” a<br />

que Cláudio se refere na verda<strong>de</strong> se <strong>de</strong>ve ao trabalho da equipe <strong>de</strong> comunicação então já<br />

composta na Arquidiocese – ou o “Grupo dos Responsáveis”, como era chamada por Padre Gabriel.<br />

Somando-se à equipe (mais ou me<strong>no</strong>s seis membros a cada época), havia pessoas que eram<br />

voluntárias ou não eram da Pastoral Operária.<br />

O Ferramenta era um boletim peque<strong>no</strong>, <strong>de</strong> oito páginas, cada qual trazendo um assunto. Sua<br />

distribuição era feita entre os grupos da P.O.. Era bancado pelos trabalhadores, que compravam<br />

o seu boletim (o capital...). Mas qual era, afinal, seu conteúdo? Fala aí, dona Eni: “Sobre o<br />

trabalhador <strong>no</strong> seu campo <strong>de</strong> trabalho. As lutas. Eleições também, para que na época <strong>de</strong> eleições os<br />

trabalhadores pu<strong>de</strong>ssem se organizar para votar certo, porque naquele tempo o voto era <strong>de</strong> cabresto.<br />

Os colo<strong>no</strong>s tinham que votar <strong>no</strong> candidato que o fazen<strong>de</strong>iro indicasse. E a P.O. trabalhou muito com<br />

os trabalhadores pra acabar com isso. Libertar os trabalhadores rurais e mesmo os daqui, porque os<br />

empresários também dominavam, né?”.

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