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Impressões Capixabas 165 anos de jornalismo no Espírito Santo

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No <strong>Espírito</strong> <strong>Santo</strong>, isto também acontece, como <strong>no</strong>s mostra Colbari (2003): “A Escelsa, que<br />

antes da privatização empregava 2.600 trabalhadores, reduziu esse contingente a 1.500. [...] A<br />

CST empregava, em 1990, 6.209 pessoas e, em 1992, a<strong>no</strong> da privatização, <strong>de</strong>mitiu 1.700<br />

empregados. [...] A CVRD, <strong>no</strong> <strong>de</strong>correr <strong>de</strong> quatro <strong>a<strong>no</strong>s</strong>, reduziu <strong>de</strong> 23 mil para 15 mil o efetivo<br />

pessoal.”<br />

Tantos <strong>de</strong>sempregados e trabalhadores transferidos para o terceiro setor da eco<strong>no</strong>mia<br />

enfraquecem altamente a ativida<strong>de</strong> sindical, ao diminuir circunstancialmente a sua base. Além<br />

disso, outros fatores advindos com as privatizações contribuem para a <strong>de</strong>sarticulação do<br />

sindicalismo, como <strong>no</strong>vas formas <strong>de</strong> administração das indústrias, através <strong>de</strong> gestões participativas,<br />

que atrelam os interesses do trabalhadores aos dos patrões.<br />

Dessa forma, preocupadas com o <strong>de</strong>semprego, tendo que trabalhar cada vez mais para<br />

garantirem seus cargos, influenciadas por uma cultura midiática que estimula a todo o momento o<br />

consumismo e o individualismo, as pessoas acabam por priorizar o pla<strong>no</strong> individual em <strong>de</strong>trimento<br />

do coletivo, provocando, assim, uma séria <strong>de</strong>smobilização dos movimentos sociais.<br />

E, como já dissemos, esse refluxo dos movimentos vai afetar em larga escala a produção <strong>de</strong><br />

jornais alternativos, que tiveram um boom <strong>no</strong>s <strong>a<strong>no</strong>s</strong> 80. O pior é que essa crise vai acontecer<br />

exatamente <strong>no</strong> momento em que mais se precisa <strong>de</strong> mídias com posicionamentos opostos aos das<br />

megacorporações <strong>de</strong> comunicação, que mundializam formas <strong>de</strong> se comportar, se pensar e ver a<br />

socieda<strong>de</strong>, agindo geralmente <strong>no</strong> sentido da ratificação do mo<strong>de</strong>lo capitalista.<br />

São necessárias mídias que apresentem a diversida<strong>de</strong> cultural <strong>de</strong> <strong>no</strong>ssas socieda<strong>de</strong>s, que se<br />

preocupem com a (in)formação <strong>de</strong> um receptor crítico, que apresentem <strong>no</strong>vos jeitos <strong>de</strong> enxergar<br />

o mundo e <strong>de</strong>cidir o que é e o que não é <strong>no</strong>tícia, o que merece e o que não merece atenção. Mídias<br />

que, ao se pautarem, coloquem também em <strong>de</strong>bate a <strong>de</strong>mocratização dos meios <strong>de</strong> comunicação e<br />

seu papel primordial na construção <strong>de</strong> uma socieda<strong>de</strong> mais justa, on<strong>de</strong> todos tenham voz para dizer<br />

o que pensam e quais são as suas necessida<strong>de</strong>s.<br />

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