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Impressões Capixabas 165 anos de jornalismo no Espírito Santo

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A partir da quarta edição, em agosto <strong>de</strong> 1923, Ma<strong>no</strong>el Lopes Pimenta, Elpídio Pimentel e<br />

Aurindo Quintaes assumiram o papel <strong>de</strong> sócios fundadores e redatores. O editorial <strong>de</strong>sse número<br />

dizia:<br />

É bem certo que lhe tomaram o leme outros timoneiros,<br />

porque os dois brilhantes intellectuaes que, tão<br />

auspiciosamente, a puseram em movimento, enten<strong>de</strong>ram<br />

sermos capazes <strong>de</strong> substitui-los <strong>no</strong>s postos <strong>de</strong> comando, <strong>de</strong><br />

que irrevogavelmente se apartaram. [...]”<br />

Após sua fase inicial, Vida Capichaba tor<strong>no</strong>u-se a mais expressiva publicação do <strong>Espírito</strong><br />

<strong>Santo</strong>. Ela circulava, quinzenalmente, na Capital e <strong>no</strong> interior, tendo representantes por todo o<br />

Estado.<br />

Entre contos, crônicas e poemas, coluna social e fotos da alta socieda<strong>de</strong> e <strong>de</strong> membros do<br />

gover<strong>no</strong>, seção <strong>de</strong> esportes, artigos avulsos produzidos por colaboradores, a Vida Capichaba<br />

continha geralmente 36 páginas.<br />

Outra característica era o cuidado estético da publicação: suas capas e seu <strong>de</strong>sign geral eram<br />

nitidamente influenciados pelo estilo art-<strong>no</strong>uveau; além disso, ela era publicada em papel couchê<br />

e sempre trazia belas fotografias. É interessante <strong>no</strong>tar que muitas fotos <strong>de</strong> paisagens do interior<br />

estampavam a revista. Isto po<strong>de</strong> ser explicado como uma tentativa <strong>de</strong> ultrapassar a ilha <strong>de</strong><br />

Vitória, integrando o Estado e tornando a revista mais atraente para quem vivia fora da Capital.<br />

Produzida e direcionada para a elite, a revista refletia um caráter conservador e provincia<strong>no</strong>,<br />

típico da socieda<strong>de</strong> capixaba da época, o que espelhava o mo<strong>de</strong>lo oligárquico-agrário-exportador.<br />

Como instrumento <strong>de</strong>terminante <strong>de</strong> tendências, além <strong>de</strong> representante oficial do cotidia<strong>no</strong>, a<br />

Vida Capichaba perpetuou uma mentalida<strong>de</strong> elitista que foi aos poucos se tornando mais sutil.<br />

Um exemplo disso é a forma como o negro e o operário eram tratados pelo veículo.<br />

Inicialmente, seu cotidia<strong>no</strong> não era retratado e, caso fosse incluído na revista, isto acontecia <strong>de</strong><br />

forma pejorativa.<br />

Na coluna “Do meu livro <strong>de</strong> <strong>no</strong>tas”, assinada por Lucia, na terceira edição da revista, esse fato<br />

é explícito:

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