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Impressões Capixabas 165 anos de jornalismo no Espírito Santo

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Aquele bar não era só para tomar cachaça e fumar, pois isto não <strong>de</strong>ixava <strong>de</strong> ser feito <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong><br />

O Diário. Era nele que os jornalistas se encontravam com os amigos <strong>de</strong> outras redações e sabiam<br />

o que seria publicado <strong>no</strong> outro dia, quem daria furo <strong>no</strong> concorrente.<br />

Camata ainda recorda <strong>de</strong> Milson Henriques <strong>de</strong>senhando o Britznics <strong>de</strong>ntro do Bar.<br />

Na ditadura, os censores proibiam os jornais <strong>de</strong> veicularem certos assuntos, muitos <strong>de</strong>les<br />

<strong>de</strong>sconhecidos pelos próprios jornalistas.<br />

Ao perceberem que po<strong>de</strong>riam informar <strong>de</strong> outra forma, criaram o jornal mural <strong>de</strong>ntro do Britz,<br />

em 1974, e lá publicavam <strong>de</strong> tudo. Hely Edson, que trabalhou como editor <strong>de</strong> Internacional <strong>de</strong> O<br />

Diário, disse: “Era uma coisa muita divertida, porque o Paru, do<strong>no</strong> do Britz, fez uma redação pra<br />

gente lá, botou máquina <strong>de</strong> escrever <strong>no</strong> Bar. A gente chegava lá, tomava todas, escrevia o que<br />

queria e pregava <strong>no</strong> mural”. A Polícia <strong>de</strong>scobriu, cercou o quarteirão e levou todo mundo para o<br />

quartel <strong>de</strong> Vila Velha. A partir <strong>de</strong> então, o censor visitaria freqüentemente o Britz Bar.<br />

O Britz ficava na Rua Gama Rosa, próximo à Igreja do Carmo e ao Colégio Nacional. Com a<br />

mudança <strong>de</strong> eixo do Centro <strong>de</strong> Vitória para as periferias, por volta do início da década <strong>de</strong> 1980, o<br />

bar não agüentou e fechou as suas portas. Ele abriu posteriormente na Praia do Canto, mas também<br />

não foi para frente. Jairo Brito, ex-redator <strong>de</strong> Cultura do “maior jornal da Rua Sete”, diz que o Britz<br />

“lembra aquelas ilhas da Polinésia, sempre com farto material à disposição <strong>de</strong> antropólogos em<br />

busca <strong>de</strong> teses”.

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