16.04.2013 Views

Impressões Capixabas 165 anos de jornalismo no Espírito Santo

Impressões Capixabas 165 anos de jornalismo no Espírito Santo

Impressões Capixabas 165 anos de jornalismo no Espírito Santo

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

(agora artigo <strong>de</strong> museu ou <strong>de</strong> <strong>de</strong>coração, como na porta da Re<strong>de</strong> Gazeta), o que explica sua evi<strong>de</strong>nte<br />

baixa qualida<strong>de</strong> visual.<br />

É <strong>de</strong>safiador o exercício <strong>de</strong> imaginar que aquelas páginas agora mofadas já foram um jornal<br />

vibrante. Na capa <strong>de</strong> algumas edições, está até estampado um orgulhoso: “segundo jornal mais lido<br />

da Gran<strong>de</strong> Vitória”. O jeito é seguir o conselho da bibliotecária e usar máscara e luva, para<br />

<strong>de</strong>scobrir um capítulo da história da imprensa capixaba que se escon<strong>de</strong> atrás <strong>de</strong> tanta sujeira.<br />

O jornal chapa branca da ditadura<br />

O Jornal da Cida<strong>de</strong> começou a circular em 1972; primeiro, como um semanário, mas logo<br />

ganhando a periodicida<strong>de</strong> diária. Seus proprietários, Djalma Juarez Magalhães e sua esposa Maria<br />

Nilce dos <strong>Santo</strong>s Magalhães, compraram o que era então o Jornal O Debate.<br />

Fundado por <strong>de</strong>putados do MDB, O Debate era dirigido por Carlito Von Schilgen. Sua<br />

proposta era fazer oposição ao então governador biônico Christia<strong>no</strong> Dias Lopes. Não <strong>de</strong>u certo.<br />

Foi entregue ao radialista Oswaldo Oleari e, duramente reprimido pela ditadura militar, o jornal<br />

fechou, sendo comprado por Djalma e Maria Nilce, recém-saídos <strong>de</strong> A Tribuna. “O Debate<br />

estava falido, então nós o compramos, sem dinheiro, sem nada”, explica Djalma Magalhães.<br />

A aquisição do Jornal da Cida<strong>de</strong> pelo casal aconteceu após um racha com o jornal A Tribuna,<br />

<strong>de</strong>pois que este foi comprado pelo industrial João <strong>Santo</strong>s. “Antes, eu dirigia o jornal e Maria<br />

Nilce era colunista social. Mas fomos <strong>de</strong>mitidos por pressões políticas e <strong>de</strong> membros da alta<br />

socieda<strong>de</strong>, inconformados com <strong>no</strong>sso posicionamento in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte como jornalistas”, completa<br />

Magalhães.<br />

Diversos jornalistas passaram pelo jornal em suas duas décadas <strong>de</strong> existência: Xerxes Gusmão<br />

Neto, Carmélia Maria <strong>de</strong> Souza, Rubinho Gomes, Amylton <strong>de</strong> Almeida, Zuleika Savig<strong>no</strong>n,<br />

César Viola, entre outros citados <strong>no</strong>stalgicamente pelo proprietário.<br />

Fundado em ple<strong>no</strong> regime militar, o jornal seguiu uma linha editorial <strong>de</strong>claradamente<br />

conservadora. “O jornal era muito direitista.<br />

Até porque o Djalma era ligado aos militares. Foi como ele angariou alguns fundos para<br />

começar o jornal”, diz Zuleika Savig<strong>no</strong>n, que trabalhou na redação <strong>de</strong> 1985 até 1989. “Então, eu fui

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!