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Impressões Capixabas 165 anos de jornalismo no Espírito Santo

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Acho que a principal importância é que ela é um instrumento<br />

mobilizador. Ela não existe só na época da negociação coletiva,<br />

nem só para fazer uma campanha da categoria. Ela per<strong>de</strong>u esse<br />

caráter corporativista ao longo do tempo. Ao mesmo tempo em<br />

que trata <strong>de</strong> questões da vida funcional daquela categoria que<br />

representa, ela discute também concepção <strong>de</strong> mundo, <strong>de</strong><br />

gover<strong>no</strong>. É formativa, tem um caráter educacional, ao mesmo<br />

tempo em que tenta unir forças das categorias.<br />

Enquanto alguns sindicatos mantêm, com muita dificulda<strong>de</strong>, um boletim impresso em folha<br />

A4, fruto <strong>de</strong> um trabalho quase artesanal, outras entida<strong>de</strong>s possuem uma verda<strong>de</strong>ira estrutura <strong>de</strong><br />

redação para a produção <strong>de</strong> seus veículos. O Sindicato dos Bancários do <strong>Espírito</strong> <strong>Santo</strong> (SEEB-ES),<br />

por exemplo, tem uma equipe com dois jornalistas, um diagramador e um fotógrafo para produzir o<br />

Correio Bancário (quinzenal, gratuito, tiragem <strong>de</strong> 8 mil exemplares) e o Mulher 24 Horas<br />

(mensal, gratuito, 7 mil exemplares).<br />

A primeira edição do Correio Bancário é <strong>de</strong> 1979, mas o jornal nem sempre foi mensal.<br />

Como explica uma das jornalistas do SEEB-ES, Adriana Machado, “não havia a consciência quanto<br />

à importância da regularida<strong>de</strong>, nem quanto à forma. Hoje, ele tem um padrão, teve todo um<br />

investimento <strong>no</strong> projeto gráfico a partir da década <strong>de</strong> 90”. Ainda sobre a importância da<br />

periodicida<strong>de</strong>:<br />

A falta <strong>de</strong> regularida<strong>de</strong> é um dos aspectos do amadorismo da<br />

<strong>no</strong>ssa comunicação (...) O boletim que tem periodicida<strong>de</strong>,<br />

seqüência <strong>de</strong> temas e propostas po<strong>de</strong> influenciar pensamentos<br />

e <strong>de</strong>terminar ações (...)<br />

Como respon<strong>de</strong>r aos ataques diários que a burguesia faz aos<br />

trabalhadores via Jornal Nacional, via Hora do Brasil, via<br />

Edir Macedo, via todos os ministros e juízes dos supremos<br />

tribunais, via os Sílvios <strong>Santo</strong>s, os Gil Gomes, as Hebes e<br />

Xuxas? Certamente, se um sindicato se limitar a publicar um<br />

boletim <strong>de</strong> vez em quando, já entrará <strong>de</strong>rrotado na batalha<br />

pela conquista da cabeça, do coração e <strong>de</strong> todo o corpo do<br />

trabalhador. (Santiago & Gia<strong>no</strong>tti, 1987, p. 106).<br />

Por esse caráter amador, muitas pessoas pensam que o <strong>jornalismo</strong> sindical e alternativo <strong>de</strong>va<br />

ser rudimentar. Adriana Machado explica o contrário: “Foi tudo pensado mesmo. Pensando que

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