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Impressões Capixabas 165 anos de jornalismo no Espírito Santo

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Educativa do <strong>Espírito</strong> <strong>Santo</strong>, militante do PT, exsindicalista e alu<strong>no</strong> da primeira turma <strong>de</strong><br />

Comunicação Social da Ufes, Ti<strong>no</strong>co dos Anjos, “tivemos aqui um período muito quente <strong>no</strong><br />

sindicalismo, talvez o período em que o Sindicato dos Jornalistas do <strong>Espírito</strong> <strong>Santo</strong> teve mais<br />

mobilização, mais embate aos patrões”. Ti<strong>no</strong>co teve a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> conviver diretamente com<br />

isso na época em que foi presi<strong>de</strong>nte do sindicato. “Eu fui o segundo presi<strong>de</strong>nte do Sindicato dos<br />

Jornalistas e virei sindicalista.<br />

Comecei em 1982 e fiquei nessa vida <strong>de</strong> sindicalismo durante 12 <strong>a<strong>no</strong>s</strong>. No <strong>no</strong>sso período <strong>no</strong><br />

sindicato, fizemos o jornal dos jornalistas, fazíamos os boletins. Os sindicatos sempre<br />

criam instrumentos <strong>de</strong> comunicação e também fizemos os <strong>no</strong>ssos. Era um dos instrumentos <strong>de</strong> luta<br />

e aquele sonho <strong>de</strong> ter o próprio veículo”.<br />

O grupo da construção civil (cuja formação data <strong>de</strong> 1974), estimulado pela Pastoral Operária e<br />

pela Fe<strong>de</strong>ração dos Órgãos <strong>de</strong> Assistência Social e Educacional (Fase), protagonizou a<br />

participação efetiva em campanha salarial, disputa <strong>de</strong> eleição sindical, assembléias com até 5 mil<br />

trabalhadores, e <strong>de</strong>flagrou a primeira greve <strong>no</strong> Estado após o golpe militar. A paralisação <strong>de</strong><br />

<strong>no</strong>ve dias, que não acontecia havia 35 <strong>a<strong>no</strong>s</strong>, em setembro <strong>de</strong> 1979, é consi<strong>de</strong>rada um marco na<br />

retomada do fôlego sindical capixaba (Colbari, 2003).<br />

É interessante comentar que, nessa fase <strong>de</strong> transição entre o recomeço da mobilização<br />

proletária até a tomada dos sindicatos pelas li<strong>de</strong>ranças combativas, os grupos <strong>de</strong> oposição sindical<br />

aos ditos “pelegos” tiveram uma ligação importante com a Pastoral Operária (inspirada pela<br />

Teologia da Libertação) e com grupos <strong>de</strong> orientação marxista.<br />

Entre as estratégias para mobilizar as categorias, os informativos impressos eram uma espécie<br />

<strong>de</strong> arma tanto i<strong>de</strong>ológica como comunicacional para munir os trabalhadores <strong>de</strong> inspiração e<br />

força numa luta coletiva. Tanto que em 1980, durante o 1º Encontro Estadual <strong>de</strong> Oposições<br />

Sindicais, mais <strong>de</strong> 3 mil exemplares do informativo Voz do Metalúrgico foram distribuídos nas<br />

portas das fábricas.<br />

No entanto, com a tensão política fumegante <strong>no</strong> início da década, muitos operários que<br />

tentavam entrar nas indústrias para distribuir os boletins sofriam represálias por parte dos patrões.<br />

Outras experiências na área da comunicação impressa tiveram um certo <strong>de</strong>staque durante essa<br />

efervescência sindical <strong>no</strong> Estado, como é o caso do boletim do Movimento do Transporte Coletivo,

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