16.04.2013 Views

Impressões Capixabas 165 anos de jornalismo no Espírito Santo

Impressões Capixabas 165 anos de jornalismo no Espírito Santo

Impressões Capixabas 165 anos de jornalismo no Espírito Santo

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

A Tribuna:<br />

memórias <strong>de</strong> um jornal sem registros<br />

George Vianna, Gleyson Tete e Guido Nunes<br />

22 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 1938. Reis Vidal, jornalista oriundo <strong>de</strong> São Paulo, funda o jornal A Tribuna<br />

na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Vitória, capital do <strong>Espírito</strong> <strong>Santo</strong>. Funcionando inicialmente na Esplanada Capixaba,<br />

hoje Avenida Jerônimo Monteiro, o impresso foi criado <strong>no</strong> período que antece<strong>de</strong>u a Segunda<br />

Guerra Mundial.<br />

O jornalista aposentado Adam Emil Czartoryski relembra o contexto em que se passou o<br />

surgimento, assim como os primeiros <strong>a<strong>no</strong>s</strong> <strong>de</strong> funcionamento do jornal. “O Reis Vidal tinha<br />

idéias fascistas e, <strong>no</strong> início da Guerra, <strong>de</strong>fendia os alemães e, principalmente, os itali<strong>a<strong>no</strong>s</strong>. Havia<br />

uma firma alemã muito po<strong>de</strong>rosa – a ‘Arens & Langens’ – situada perto da praça Costa Pereira,<br />

que importava e exportava produtos e agenciava navios. Havia suspeitas <strong>de</strong> que ela financiava o<br />

Reis Vidal na feitura <strong>de</strong> A Tribuna. Nesse mesmo período, o jornal foi ‘empastelado’. Invadiram<br />

e quebraram tudo. O jornal ficou fechado por um tempo”.<br />

No início da década <strong>de</strong> 1950, após o fechamento, o jornal foi comprado por um grupo ligado<br />

ao Partido Social Progressista (PSP), <strong>de</strong> A<strong>de</strong>mar <strong>de</strong> Barros. “Nessa época, chamei o Marien Calixte<br />

e o Asdrúbal Soares, para formarmos uma redação, e concorríamos muito com A Gazeta. Esta foi<br />

uma boa fase <strong>de</strong> A Tribuna, tentamos fazer uma edição diária do jornal só sobre o <strong>Espírito</strong> <strong>Santo</strong>,<br />

pois, na época, as comunicações eram muito <strong>de</strong>ficientes; jornais do Rio <strong>de</strong> Janeiro e São Paulo<br />

chegavam aqui somente um ou dois dias <strong>de</strong>pois. Não havia pauta naquela época, o jornalista saía<br />

para a rua e se virava. Foi a partir <strong>de</strong> então que começamos a fazer pautas e pagar os repórteres”,<br />

contou Adam Emil Czartoryski.<br />

A<strong>de</strong>mar <strong>de</strong> Barros entrou numa fase <strong>de</strong> dificulda<strong>de</strong>s financeiras, já que uma quantia<br />

consi<strong>de</strong>rável <strong>de</strong> dinheiro havia sido roubada <strong>de</strong> seu cofre por militantes <strong>de</strong> esquerda. Ele também<br />

estava enfraquecido politicamente por conta da ditadura que havia se instaurado <strong>no</strong> País em 1964.<br />

Não vendo alternativas para sair da crise, resolveu passar adiante o jornal, saindo do cenário<br />

jornalístico capixaba <strong>no</strong> a<strong>no</strong> <strong>de</strong> 1968 e <strong>de</strong>ixando o veículo nas mãos <strong>de</strong> Djalma Juarez Magalhães.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!