16.04.2013 Views

Impressões Capixabas 165 anos de jornalismo no Espírito Santo

Impressões Capixabas 165 anos de jornalismo no Espírito Santo

Impressões Capixabas 165 anos de jornalismo no Espírito Santo

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

O tira-gosto <strong>de</strong> gato não durou muito tempo em O Diário. Dequinha, por azar, matou a gata<br />

angorá <strong>de</strong> uma vizinha do jornal.<br />

Quando viu a cabeça do gato pendurada, a mulher <strong>de</strong>smaiou. A Polícia foi acionada e, <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

então, foi proibido comer gato <strong>no</strong> jornal.<br />

Todas essas características se refletiam <strong>no</strong> produto final. Quando, em 1969, a ditadura militar<br />

chegava a seu auge, por meio do AI 5, Antônio <strong>de</strong> Pádua Gurgel voltava a Vitória, cida<strong>de</strong><br />

provinciana, e verificava que, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>sse contexto, existia esse jornal que fugia aos padrões do seu<br />

tempo, estando na vanguarda do <strong>jornalismo</strong> capixaba.<br />

Gurgel relata que observou uma manchete que lhe chamou a atenção: “EU NÃO<br />

SEQUESTREI O EMBAIXADOR ALEMÃO, SÓ O AMERICANO”. Era uma manchete que<br />

cobria quase meta<strong>de</strong> da primeira página do jornal e lançava uma entrevista exclusiva com Franklin<br />

Martins, até então na clan<strong>de</strong>stinida<strong>de</strong>.<br />

Essa matéria estimularia Gurgel a posteriormente organizar o livro “O Diário da Rua Sete –<br />

40 versões <strong>de</strong> uma paixão”.<br />

Britz Bar: uma extensão <strong>de</strong> O Diário<br />

Depois <strong>de</strong> “tediosos” dias <strong>de</strong> trabalho, nada mais merecido do que um pouco <strong>de</strong> diversão. Os<br />

jornalistas <strong>de</strong> todos os principais jornais <strong>de</strong> Vitória sempre se reuniam <strong>no</strong> Britz Bar. Era como uma<br />

extensão das redações, principalmente a <strong>de</strong> O Diário, que ficava pertinho do bar. Di<strong>no</strong> Gracio disse<br />

que o Britz “era o centro boêmio-pensante da cida<strong>de</strong>”. Tanto é verda<strong>de</strong> que Milson Henriques, em<br />

O Diário, criou a tirinha Britiznics, segundo ele, “uma homenagem à patota <strong>de</strong> jornalistas,<br />

intelectuais (falsos ou não), boêmios, artistas, esquerdistas e zoneiros em geral que freqüentavam o<br />

saudoso Britz Bar”.<br />

Muitos jornalistas, ao falarem <strong>de</strong> O Diário, lembram <strong>de</strong>sse bar.<br />

Rosental Calmon Alves disse que guardaria seu primeiro salário.<br />

“Mas aí, passei <strong>no</strong> Britz e gastei”. Gerson Camata lembrou que “trabalhava o dia todo e pela<br />

madrugada <strong>de</strong>scia para o Britz”.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!