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Impressões Capixabas 165 anos de jornalismo no Espírito Santo

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experiência <strong>de</strong>mocrática <strong>de</strong> produção jornalística e enfrentamento ao gover<strong>no</strong> militar vigente,<br />

discutindo questões que não eram tratadas <strong>no</strong>s gran<strong>de</strong>s veículos e retratando a época com outro(s)<br />

olhar(es).<br />

Como analisa Namy Chequer, jornalista e colaborador do jornal na época, hoje apresentador<br />

do programa Ponto <strong>de</strong> Vista na Rádio Universitária da Ufes: “Lá pela meta<strong>de</strong> da década [70],<br />

surgiram os jornais alternativos nacionais, tipo Opinião, Movimento e outros.<br />

Na esteira <strong>de</strong>sse recurso é que Posição acontece. Era uma época <strong>de</strong> censura prévia na<br />

imprensa. Época em que censores, geralmente policiais fe<strong>de</strong>rais, freqüentavam as redações para<br />

autorizar o que <strong>de</strong>via ser publicado”.<br />

O Posição é resultado da censura e <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>missão, como conta Robson Moreira, um dos<br />

fundadores do jornal, atualmente diretor <strong>de</strong> programação da STV (Re<strong>de</strong> Sesc/Senac <strong>de</strong> Televisão):<br />

“Quando eu e o Jô Amado estávamos em A Tribuna, fizemos uma matéria sobre um <strong>de</strong>spejo num<br />

lugar chamado Cantinho do Sossego, <strong>no</strong> município da Serra. O jornal bateu na banca e causou<br />

escândalo.<br />

O governador Elcio Álvares ligou para a direção e pediu a cabeça <strong>de</strong> todo mundo. Quando a<br />

gente saiu <strong>de</strong> A Tribuna, o Jô estava bastante adiantado com a idéia do Posição. Já pensava em<br />

sócios para ajudar, para conseguir algumas cotas em dinheiro. O jornal seria para imprensa<br />

alternativa, difícil <strong>de</strong> ser feito, complicado na sua execução, um misto <strong>de</strong> curiosida<strong>de</strong> e vonta<strong>de</strong>. Eu<br />

e o Jô <strong>no</strong>s comprometemos a garantir que o jornal sairia toda quinzena e <strong>no</strong>s entregamos ao<br />

Posição”. Fazer jornal impresso e ainda alternativo era muito trabalhoso, segundo Tânia Mara<br />

Ferreira, colaboradora do jornal por mais <strong>de</strong> um a<strong>no</strong>, hoje professora do Departamento <strong>de</strong><br />

Comunicação Social da Ufes. “A diagramação era um processo bem artesanal e toda a equipe<br />

ajudava até a fase final do jornal, levava para a gráfica, esperava imprimir para juntar as páginas e<br />

dobrá- las, tudo para baratear o máximo. Todos faziam um pouco <strong>de</strong> tudo, diagramação, discussão<br />

<strong>de</strong> pautas e serviços <strong>de</strong> boy, levando material aqui e ali”, recorda.<br />

O financiamento do jornal era baseado na venda e <strong>no</strong>s anúncios.<br />

Além das assinaturas, o jornal era vendido nas comunida<strong>de</strong>s, por seus próprios colaboradores,<br />

sendo que somente algumas bancas aceitavam vendê-lo. Robson Moreira conta: “Pegávamos o<br />

jornal e saíamos <strong>de</strong> madrugada distribuindo, ven<strong>de</strong>ndo <strong>no</strong>s botecos.

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