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Impressões Capixabas 165 anos de jornalismo no Espírito Santo

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Calixte recupera algumas manchetes, para lembrar o tom extremamente agressivo: “Políticos<br />

querem lotear o ES”, “As oligarquias do PSD...”, “Oligarquia <strong>de</strong> Carlos Lin<strong>de</strong>nberg...”, “Os<br />

ricos querem dominar o peque<strong>no</strong> Estado do ES...”.<br />

No final da década <strong>de</strong> 50, O Diário passa para as mãos <strong>de</strong> Chiquinho, que, para não aparecer,<br />

usa como “testa <strong>de</strong> ferro” seu filho Renato Aguiar e Setembri<strong>no</strong> Pelissari, um advogado da<br />

ala jovem da União Democrática Nacional (UDN). Por essa época, Chiquinho <strong>no</strong>meia Plínio<br />

Marchini para diretor do jornal.<br />

Apesar da ação ofensiva <strong>de</strong> O Diário, Carlos Lin<strong>de</strong>nberg foi eleito governador em 1958. E<br />

seria, assim, o principal alvo do <strong>jornalismo</strong> extremamente violento <strong>de</strong> O Diário, que o atacava com<br />

duríssimas palavras.<br />

Nas eleições para governador <strong>de</strong> 1962, Chiquinho era <strong>no</strong>vamente candidato, tendo sua<br />

candidatura articulada pelo PRP. A jornalista e pesquisadora Sandra Daniel afirma: “Com<br />

Chiquinho <strong>no</strong>vamente em campanha, O Diário se lançou na cobertura política.<br />

Em julho <strong>de</strong>sse a<strong>no</strong>, o jornal publicava diariamente o roteiro <strong>de</strong> viagens do candidato,<br />

enquanto seus editoriais criticavam a ação do PSD”.<br />

Para a política, o jornal cumpria uma importante função, mas não recebia nenhum tipo <strong>de</strong><br />

investimento. Segundo Calixte, “era tudo precário, comprado <strong>de</strong> segunda mão. Só havia dois<br />

li<strong>no</strong>tipos”.<br />

Com a vitória <strong>de</strong> Chiquinho, os funcionários pensavam que o jornal fosse melhorar. Mas isso<br />

não aconteceu. No entanto, o teor da <strong>no</strong>tícias continuava agressivo contra os adversários políticos.<br />

Em 1964, veio o golpe militar. No início, segundo Calixte, a orientação que chegou à redação<br />

do jornal era que não se provocassem os militares, mas também não se atacasse o ex-<br />

presi<strong>de</strong>nte João Goulart, que po<strong>de</strong>ria voltar ao po<strong>de</strong>r. Por isso, a partir <strong>de</strong> então, o jornal per<strong>de</strong>u a<br />

linha habitual e passou a se <strong>de</strong>dicar a assuntos <strong>de</strong> polícia.<br />

Não seria uma boa fase nem para Chiquinho nem para O Diário.<br />

O a<strong>no</strong> <strong>de</strong> 1965 foi tumultuado para o <strong>Espírito</strong> <strong>Santo</strong>. Sandra Daniel conta que “um dos<br />

resultados da teia <strong>de</strong> intrigas construídas a partir <strong>de</strong> 1964 seria o afastamento <strong>de</strong> Francisco Lacerda<br />

<strong>de</strong> Aguiar <strong>no</strong> a<strong>no</strong> seguinte, vitimado pelas acusações <strong>de</strong> corrupção”.

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