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Impressões Capixabas 165 anos de jornalismo no Espírito Santo

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que hoje coor<strong>de</strong>na a Pastoral – ainda na ativa, embora com muito me<strong>no</strong>r vulto. Foi ela quem <strong>no</strong>s<br />

forneceu as informações mais <strong>de</strong>talhadas.<br />

No Estado, a P.O. começa a germinar em 1974, como uma associação dos trabalhadores, mas<br />

ainda não como pastoral. Em setembro <strong>de</strong> 74, houve um encontro <strong>no</strong> Rio <strong>de</strong> Janeiro, on<strong>de</strong> surgiu a<br />

sugestão <strong>de</strong> se criar uma pastoral, a fim <strong>de</strong> organizar os trabalhadores. Porque, para usar as palavras<br />

<strong>de</strong> Dona Eni: “Na época o sindicato era do patrão, né? Eles não atuavam ao lado dos trabalhadores,<br />

eram os chamados ‘pelegos’ que diziam. Dentro <strong>de</strong>ssas dificulda<strong>de</strong>s que os trabalhadores estavam<br />

encontrando...<br />

E muita exploração nas fábricas (muita exploração mesmo), aí eles começaram, através da<br />

Igreja. Então o arcebispo da época (Dom João Batista da Motta e Albuquerque) e o auxiliar<br />

(Dom Luiz Fernan<strong>de</strong>s Gonzaga) organizaram as primeiras reuniões da Pastoral Operária. E o bispo,<br />

reunido em assembléia com os trabalhadores, colocou essa necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> criar uma pastoral<br />

que <strong>de</strong>sse apoio aos trabalhadores, pra que eles pu<strong>de</strong>ssem se organizar e se reunir para refletir à luz<br />

da palavra <strong>de</strong> Deus os problemas e a exploração do trabalho (até pra fazer organização <strong>de</strong> greve por<br />

causa da exploração)”.<br />

E assim, em 1976, era inaugurada, <strong>no</strong> Estado, a primeira Pastoral Operária do Brasil. Do<br />

surgimento para a mobilização; daí ao <strong>jornalismo</strong> foi um passo. I<strong>de</strong>alizado por Padre Gabriel,<br />

nasce, então, o Ferramenta. O <strong>no</strong>me, aliás, não po<strong>de</strong>ria ter sido mais acertado (certeiro e sugestivo):<br />

por um lado, o jornal como uma autêntica ferramenta (<strong>de</strong> combate, <strong>de</strong> luta, <strong>de</strong> conserto, <strong>de</strong><br />

reparo social); por outro, como bem <strong>de</strong>monstra a ferramenta escolhida em seu logotipo, a união, a<br />

ligação, a articulação entre as partes <strong>de</strong> um conjunto.<br />

Padre Gabriel Felix Roger Maire (01-08-1936/23-12-1989) foi um daqueles missionários que<br />

se transferiram para cá <strong>no</strong> embalo do Concílio II, com vistas a fortalecer as CEBs. Por muitos <strong>a<strong>no</strong>s</strong>,<br />

coor<strong>de</strong><strong>no</strong>u a P.O., tendo participação <strong>de</strong>cisiva nas lutas dos trabalhadores capixabas. Em 1989,<br />

acabou assassinado, quando apoiava, em Cariacica, um movimento <strong>de</strong> <strong>de</strong>sabrigados, num crime até<br />

hoje em aberto. Quem <strong>no</strong>s conta melhor a história é Dona Eni: “Foi por motivo político. A história<br />

foi lá em Cariacica. Ele estava lutando por um local pra colocar um conjunto <strong>de</strong> famílias que não<br />

tinham on<strong>de</strong> morar. E ele estava lutando pelo terre<strong>no</strong> lá. Mas os políticos <strong>de</strong> Cariacica, na época,<br />

não queriam. Até que o povo ganhou o terre<strong>no</strong>, fizeram os barracos e ficaram. Mas a perseguição

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