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Impressões Capixabas 165 anos de jornalismo no Espírito Santo

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A Gazeta Empresarial<br />

Em 31 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 1964, foi dado o Golpe Militar <strong>no</strong> Brasil, marcando o que seria o início <strong>de</strong><br />

uma fase nebulosa para a imprensa brasileira. Coincidência ou não, logo após o golpe, em abril <strong>de</strong><br />

64, assumiu o posto <strong>de</strong> editor-chefe <strong>de</strong> A Gazeta o General Darcy Pacheco <strong>de</strong> Queiroz, irmão <strong>de</strong><br />

Maria Lin<strong>de</strong>nberg, esposa <strong>de</strong> Carlos Lin<strong>de</strong>nberg, e <strong>de</strong> Eugênio Queiroz, diretor comercial da<br />

empresa. Entretanto, jornalistas da época afirmam que esta era apenas uma patente e que o editor<br />

não exercia o militarismo <strong>de</strong>ntro da redação.<br />

Com a entrada do general, foram contratados alguns <strong>no</strong>vos profissionais, com o objetivo <strong>de</strong><br />

ampliar o <strong>jornalismo</strong> <strong>de</strong> A Gazeta.<br />

Entre eles estava Glecy Coutinho, a primeira mulher a ser contratada para trabalhar nas<br />

redações capixabas. Até então, a presença feminina nas páginas dos jornais se restringia a<br />

colaborações.<br />

Glecy foi convidada para <strong>de</strong>senvolver um projeto voltado para as crianças. Foi então que<br />

surgiu a idéia <strong>de</strong> se fazer “A Gazetinha”, um fascículo semanal que priorizava matérias<br />

educacionais e culturais. Junto com Glecy, também entraram Chico Flores e José Antonio Nunes do<br />

Couto, o Janc, convidado para fazer o “Jornal do Janc”, uma página sobre futebol.<br />

Mas em tempos <strong>de</strong> ditadura, não se vivia só <strong>de</strong> censura e repressões.<br />

Chico Flores foi protagonista <strong>de</strong> um episódio curioso <strong>de</strong>sse período. O jornalista começou a<br />

freqüentar alguns bailes “barra pesada” para a época, <strong>no</strong> Centro <strong>de</strong> Vitória, local da boemia e<br />

também reduto <strong>de</strong> prostitutas que circulavam pela área portuária. Certo dia, sua esposa foi à entrada<br />

da redação do jornal e fez uma confusão. Ela reclamava das <strong>no</strong>itadas <strong>de</strong> seu marido, dizendo que ele<br />

não parava mais em casa. A jornalista Glecy Coutinho foi chamada para acalmá-la. Então, explicou-<br />

lhe que não era para ela se preocupar, que Chico estava indo a esses lugares a pedido do general<br />

Darcy, para produzir uma série <strong>de</strong> reportagens sobre a prostituição em Vitória. Assim, ele <strong>de</strong>veria<br />

ir aon<strong>de</strong> era o foco da questão. Resultado: após esse dia, Chico foi obrigado a produzir a tal série <strong>de</strong><br />

reportagem, que foi publicada <strong>no</strong> primeiro ca<strong>de</strong>r<strong>no</strong>.<br />

Mas, voltando à história institucional <strong>de</strong> A Gazeta, o jornal vinha <strong>de</strong> um histórico <strong>de</strong><br />

envolvimento político com os gover<strong>no</strong>s da situação. Seu proprietário, Carlos Lin<strong>de</strong>nberg, era filiado

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