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programa de pós-graduação em desenvolvimento regional - Unisc

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2.2 Características gerais das elites políticas <strong>em</strong> nível <strong>regional</strong><br />

Retomando alguns conceitos já expressos no primeiro capitulo, referimos que o termo<br />

“elite” possui conotação bastante ampla, po<strong>de</strong>ndo significar <strong>de</strong>s<strong>de</strong> as categorias ou grupos que<br />

parec<strong>em</strong> ocupar a parte mais alta da pirâmi<strong>de</strong> social ou política, representando as<br />

“autorida<strong>de</strong>s” responsáveis pela <strong>de</strong>signação ou manutenção da estrutura do po<strong>de</strong>r e da<br />

distribuição dos recursos, até os dirigentes, pessoas influentes, privilegiados ou abastados que<br />

ocupam posições que os diferenciam dos <strong>de</strong>mais cidadãos no <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho dos seus papéis<br />

sociais e políticos 248 . A<strong>pós</strong> levantamento <strong>de</strong> dados, po<strong>de</strong>mos inferir que as particularida<strong>de</strong>s<br />

das elites regionais e locais estão baseadas principalmente no sist<strong>em</strong>a coronelístico que se fez<br />

presente <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a Primeira República até meados <strong>de</strong> 1940; outro fator importante foi o po<strong>de</strong>r<br />

político e as articulações que os m<strong>em</strong>bros da classe elitária engendravam para obter<br />

privilégios econômicos, b<strong>em</strong> como maior inserção na socieda<strong>de</strong>.<br />

No sentido sociológico, conforme entendimento <strong>de</strong> Giovanni Busino, o termo “elite”<br />

faz referência a uma minoria que dispõe numa <strong>de</strong>terminada socieda<strong>de</strong>, <strong>em</strong> certos momentos,<br />

<strong>de</strong> privilégios <strong>de</strong>correntes <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>s naturais valorizadas socialmente, como, por<br />

ex<strong>em</strong>plo, a raça e o sangue, ou qualida<strong>de</strong>s adquiridas, a ex<strong>em</strong>plo da cultura, dos méritos e das<br />

aptidões pessoais. De qualquer forma, o termo <strong>de</strong>signa tanto o conjunto, como o meio <strong>de</strong> on<strong>de</strong><br />

a elite se originou, como é o caso da elite operária, a elite da nação, quanto os indivíduos que<br />

a compõ<strong>em</strong>, ou, também, a área na qual se manifesta a sua pre<strong>em</strong>ência. O autor chama a<br />

atenção para o fato <strong>de</strong> que a palavra “elite” usada no plural, ou seja, as “elites”, qualifica<br />

todos aqueles que compõ<strong>em</strong> o grupo minoritário que ocupa a parte superior da hierarquia<br />

social e que se arrogam, <strong>em</strong> razão <strong>de</strong> sua orig<strong>em</strong>, seus méritos, cultura, riqueza, o direito <strong>de</strong><br />

dirigir e negociar as questões <strong>de</strong> interesse da coletivida<strong>de</strong>. 249 Traz<strong>em</strong>os, para ilustrar tal<br />

afirmação uma notícia publicada no Jornal da Serra a respeito das candidaturas populares, a<br />

qual <strong>de</strong>nota <strong>de</strong> modo claro o que as elites da época pensavam dos “excluídos”:<br />

248<br />

CHARLE, Cristophe. O historiador e as elites. In: HEINZ, Flávio M (Org.). Por outra história das elites. Rio<br />

<strong>de</strong> Janeiro: FGV, 2006. p. 7.<br />

249<br />

BUSINO, Giovanni, apud CHARLE, Cristophe. O historiador e as elites. In: HEINZ, Flávio M (Org.). Por<br />

outra história das elites. Rio <strong>de</strong> Janeiro: FGV, 2006. p. 7.<br />

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