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programa de pós-graduação em desenvolvimento regional - Unisc

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setor <strong>de</strong> bens <strong>de</strong> consumo, com a formação da indústria <strong>de</strong> bens duráveis leves; ou, mesmo,<br />

converter-se <strong>em</strong> capital mercantil, invadindo, por ex<strong>em</strong>plo, o ramo imobiliário urbano e o <strong>de</strong><br />

comercialização <strong>de</strong> produtos agrícolas 16 .<br />

Para Singer, o conteúdo histórico-estrutural do <strong>de</strong>senvolvimento foi, antes <strong>de</strong> tudo,<br />

uma i<strong>de</strong>ologia da transição, da consolidação da burguesia industrial, acoplada,<br />

funcionalmente, a outros setores, como, por ex<strong>em</strong>plo, o agrícola e o financeiro, inserida numa<br />

dimensão da racionalida<strong>de</strong> do processo produtivo e social, sob a dinâmica da máquina e do<br />

consumo. Isso repercutiu diretamente na promoção das condições <strong>de</strong> vida e também na<br />

mobilida<strong>de</strong> social continua e expressiva, que simbolizou a idéia do progresso e do b<strong>em</strong>-estar<br />

social 17 .<br />

Por sua vez, o espaço econômico apresenta condições <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong><br />

atuação dos grupos <strong>de</strong> interesse com maior prestígio na condução da política econômica.<br />

Como ex<strong>em</strong>plo <strong>de</strong>sta assertiva mencionamos a linhag<strong>em</strong> como um fator <strong>de</strong>terminante da base<br />

sólida e consolidada <strong>de</strong> um segmento social 18 . Nesse sentido, concordando com Mills,<br />

constatamos que exist<strong>em</strong> indícios concretos <strong>de</strong> que as repercussões e situações políticas no<br />

Rio Gran<strong>de</strong> do Sul no período <strong>em</strong> estudo, referent<strong>em</strong>ente às categorias ou grupos sociais que<br />

ocupavam o topo <strong>de</strong> estruturas <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r, influenciavam na distribuição <strong>de</strong> recursos para os<br />

Municípios, com vistas ao processo <strong>de</strong> construção do Estado <strong>pós</strong>-1930. Tais grupos é o que<br />

<strong>de</strong>nominamos <strong>de</strong> “elites”, sejam políticas, sejam econômicas, pois mantinham uma relação<br />

estreita para se fortalecer<strong>em</strong> 19 .<br />

Com base nas análises realizadas no <strong>de</strong>correr da pesquisa bibliográfica e documental,<br />

observamos que o contexto que envolveu o cenário do Estado Novo estava subordinado as<br />

articulações <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r nos âmbitos nacional e estadual, que interferiram e repercutiram <strong>em</strong><br />

níveis municipais <strong>de</strong> acordo com uma minoria <strong>de</strong>tentora do po<strong>de</strong>r econômico, político, social<br />

e cultural, <strong>em</strong> contraposição a uma maioria que se encontrava privada do po<strong>de</strong>r.<br />

16<br />

FAORO, Raymundo. Os donos do po<strong>de</strong>r: formação do patronato político brasileiro. 3. ed. São Paulo: Globo,<br />

2001.<br />

17<br />

SINGER, Paul. A crise do milagre. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Paz e Terra, 1976.<br />

18<br />

MILLS, C. Wright. A elite do po<strong>de</strong>r. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Zahar, 1962. p. 68.<br />

19 Ibid.<br />

21

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