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programa de pós-graduação em desenvolvimento regional - Unisc

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industriais, agropecuaristas e profissionais liberais, <strong>de</strong>ntre tantas outras novas profissões<br />

surgidas, que, ao lado dos políticos, <strong>em</strong>penhavam-se <strong>em</strong> apoiar o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> Estado instituído<br />

por Vargas e, <strong>de</strong>sse modo, garantiam a continuida<strong>de</strong> dos benefícios e regalias a que se haviam<br />

acostumado, mesmo num período <strong>em</strong> que os partidos apareciam mascarados pelas<br />

associações.<br />

Em nível nacional, a prática burguesa que se seguiu à década <strong>de</strong> 1930 revelava uma<br />

tendência à consolidação das suas posições <strong>de</strong> barganha, especialmente <strong>em</strong> se tratando dos<br />

órgãos estatais. Existia uma preocupação crescente com a ausência <strong>de</strong> uma política industrial<br />

<strong>de</strong>finida, que se traduzia <strong>em</strong> <strong>de</strong>mandas que coincidiam com a busca da intervenção estatal<br />

para regular as questões pen<strong>de</strong>ntes. Tal tendência levou a burguesia a apoiar o regime<br />

instaurado a partir <strong>de</strong> 1937, que se caracterizou por um período <strong>de</strong> dominação autoritária que<br />

durou até 1945 (Estado Novo) 787 .<br />

Ressaltamos que a Revolução burguesa, acentuada no <strong>pós</strong>-30, sob a marca do avanço<br />

na industrialização, acelerou o <strong>de</strong>senvolvimento no aspecto econômico e também no campo<br />

político, assinalando um novo pacto <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r, que alterou a correspondência <strong>de</strong> forças <strong>de</strong>ntro<br />

da classe dominante e, a questão social com um novo tratamento para os setores operários e<br />

médios urbanos 788 .<br />

Para Fonseca, os aspectos econômicos, políticos e sociais direcionavam-se para o<br />

fortalecimento do po<strong>de</strong>r da burguesia, o qual exigia o tratamento concomitante <strong>de</strong> uma série<br />

<strong>de</strong> questões:<br />

326<br />

Os limites da intervenção estatal frente aos interesses da iniciativa privada, como se<br />

dariam as alianças com o capital estrangeiro, a divisão <strong>de</strong> atribuições entre a união,<br />

estados e municípios; a apropriação <strong>de</strong> recursos naturais, a regulamentação do<br />

trabalho assalariado urbano, no direito <strong>de</strong> votar e <strong>de</strong> representação política; a<br />

“questão nacional” v<strong>em</strong> a tona – não <strong>em</strong> posição ao capital estrangeiro, mas<br />

principalmente como crítica ao <strong>regional</strong>ismo e ao domínio político oligárquico<br />

anterior a 1930: passa, pois, a <strong>de</strong>finir-se novo interesse nacional. Este não mais<br />

representa abstratamente os interesses <strong>de</strong> uma fração <strong>de</strong> classe dominante,<br />

como na República Velha, mas o da totalida<strong>de</strong> da burguesia enquanto classe.<br />

Os conflitos políticos, que até 1930 ganhavam a aparência oficial <strong>de</strong> conflitos entre<br />

estados, <strong>de</strong>slocaram-se para outro eixo, tronando-se conflitos <strong>de</strong> classes, e, como<br />

tais, tratados nacionalmente, seja na tentativa <strong>de</strong> absorvê-los (pela legislação<br />

trabalhista e pela representação “classista” da Constituição <strong>de</strong> 1934), <strong>de</strong> abafá-los<br />

787 BOSCHI, Renato Raul. Elites industriais e <strong>de</strong>mocracia: heg<strong>em</strong>onia burguesa e mudança política e social no<br />

Brasil. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Edições Graal, 1979. p. 69.<br />

788 FONSECA, Pedro Cezar Dutra. Vargas: o capitalismo <strong>em</strong> construção. São Paulo: Brasiliense, 1999. p. 28.

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