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programa de pós-graduação em desenvolvimento regional - Unisc

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2.4 A rearticulação do sist<strong>em</strong>a partidário e a dissidência do PRL<br />

A Revolução Constitucionalista <strong>de</strong> 1932 terminou com a vitória <strong>de</strong> Getúlio Vargas<br />

sobre as forças <strong>de</strong> oposição gaúcha e paulista, com o que se fragmentou a estrutura partidária<br />

do estado, unida <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o ano <strong>de</strong> 1928 pela Frente Única. Os lí<strong>de</strong>res da Revolução <strong>de</strong> 1932<br />

estavam no exílio e as duas correntes políticas mais fortes do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul estavam<br />

alijadas do po<strong>de</strong>r. Diante <strong>de</strong> tal situação, Flores da Cunha, sentindo o vazio político que se<br />

instalara, resolveu criar um novo partido, o Partido Republicano Liberal (PRL), para ser o<br />

porta-voz da corrente oligárquica gaúcha que apoiara Getúlio Vargas 282 .<br />

No período <strong>pós</strong>-revolução constitucionalista ocorreram inúmeras cisões internas nos<br />

partidos <strong>em</strong> nível estadual: Borges <strong>de</strong> Me<strong>de</strong>iros, lí<strong>de</strong>r do PRR, rompeu com Flores da Cunha,<br />

Osvaldo Aranha e Getúlio Vargas; Raul Pilla, do PL, juntamente com Borges <strong>de</strong> Me<strong>de</strong>iros,<br />

João Neves e Lindolfo Collor, radicalizam suas posições e Assis Brasil a<strong>de</strong>riu ao governo<br />

fe<strong>de</strong>ral. A história política registra que o maior motivo das cisões internas, tanto <strong>de</strong>ntro do<br />

PRR quanto do PL e, posteriormente, na própria FUG, advinha da disputa por cargos fe<strong>de</strong>rais,<br />

estaduais e municipais entre os m<strong>em</strong>bros dos partidos 283 .<br />

Por ocasião do congresso <strong>de</strong> fundação do PRL, Flores da Cunha fez uma manifestação<br />

que foi divulgada pelo O Nacional:<br />

124<br />

Cumprimos o nosso <strong>de</strong>ver <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>ndo o Rio Gran<strong>de</strong> da anarquia e o Brasil da<br />

opressão. (...) fui b<strong>em</strong>, o sabeis, um hom<strong>em</strong> <strong>de</strong> partido. Pelo meu partido e pelo<br />

meu chefe, arrisquei várias vezes, s<strong>em</strong> conta, minha vida, e perdi um irmão.<br />

Minha <strong>de</strong>dicação partidária e minha afeição pessoal por Borges <strong>de</strong> Me<strong>de</strong>iros foram<br />

daquelas que não mediam palavras, mas que provaram pelo sangue que <strong>de</strong>rramei <strong>em</strong><br />

lutas das mais violentas da nossa história 284 . (grifos nosso).<br />

Na análise da fala <strong>de</strong> Flores da Cunha perceb<strong>em</strong>os a mensag<strong>em</strong> enviada aos<br />

companheiros do novo partido, <strong>de</strong> que era preciso rearticular as forças políticas, <strong>de</strong> modo a<br />

aproximar novamente os autoritários e os liberais mo<strong>de</strong>rados, para que uma nova estrutura<br />

282<br />

TRINDADE, Hélgio; NOLL, Maria Izabel. Rio Gran<strong>de</strong> da América do Sul: partidos e eleições (1823-1990).<br />

Porto Alegre: L&PM, 1980. p. 156.<br />

283<br />

TRINDADE, Hélgio; NOLL, Maria Izabel. Rio Gran<strong>de</strong> da América do Sul: partidos e eleições (1823-1990).<br />

Porto Alegre: L&PM, 1980. p. 103.<br />

284<br />

O NACIONAL. Passo Fundo, n. 1.512, ano VIII, 16 nov. 1932. p. 1.

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