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programa de pós-graduação em desenvolvimento regional - Unisc

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estrutura para tal 231 .<br />

Corroborando esse posicionamento, encontramos nos relatos <strong>de</strong> Vargas a <strong>de</strong>scrição da<br />

passag<strong>em</strong> pela estação da Viação Férrea local do tr<strong>em</strong> que conduzia os lí<strong>de</strong>res da Revolução<br />

<strong>de</strong> 30. Nessa oportunida<strong>de</strong>, o general Flores da Cunha saudou o povo e os revolucionários,<br />

assumindo publicamente o compromisso <strong>de</strong> que tão logo a revolução se saísse vencedora, ele<br />

seria um dos mais ferrenhos <strong>de</strong>fensores da <strong>em</strong>ancipação do distrito. 232<br />

Relata O Nacional que, na década <strong>de</strong> 1930, Carazinho era ponto <strong>de</strong> passag<strong>em</strong> dos<br />

contingentes revolucionários que se dirigiam para o norte. Nessas ocasiões, os viajantes<br />

admiravam-se do progresso e <strong>de</strong>senvolvimento do distrito, a tal ponto <strong>de</strong> o próprio Flores da<br />

Cunha mostrar-se surpreso por Carazinho ainda não estar <strong>em</strong>ancipado 233 . Aproveitando-se<br />

<strong>de</strong>ssa simpatia <strong>de</strong>monstrada pelo interventor estadual, o major Marcelino Rodrigues da Silva<br />

enviou-lhe um telegrama no qual expunha:<br />

106<br />

General Flores da Cunha. Palácio do Catete. Rio <strong>de</strong> Janeiro. Saudações cordiais.<br />

L<strong>em</strong>bro vossa promessa, que nunca falhou feita ao povo carazinhense por<br />

ocasião vossa passag<strong>em</strong> aqui qual foi o <strong>de</strong> elevar Carazinho à categoria <strong>de</strong> vila,<br />

porque só assim recompensamos esse digno povo que com tanto carinho tratos<br />

soldados que por aqui passaram direção campo <strong>de</strong> honra. Por isso peço vossa<br />

valiosa interferência junto Governo Estado para que essa dívida seja paga com a<br />

máxima brevida<strong>de</strong>. Este pedido é feito pelo vosso sincero amigo que por aqui se<br />

acha a serviço. (a) Major Marcelino 234 . (grifos nosso).<br />

O telégrafo, como os jornais, era uma das fontes mais usadas na época, especialmente<br />

entre os políticos, que se valiam <strong>de</strong> telegramas para se comunicar mais rapidamente com suas<br />

bases eleitorais. O texto do telegrama enviado a Flores da Cunha constitui-se <strong>em</strong><br />

<strong>de</strong>monstração concreta <strong>de</strong> que o discurso, como exercício do po<strong>de</strong>r, transforma-se na<br />

capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> instaurar, manter ou modificar estados <strong>de</strong> coisas pelo uso da palavra. Assim é<br />

que Carazinho <strong>de</strong>ve a sua <strong>em</strong>ancipação, <strong>em</strong> gran<strong>de</strong> parte, ao <strong>em</strong>penho dos meios <strong>de</strong><br />

comunicação da época, que se uniram <strong>em</strong> torno <strong>de</strong>ssa causa.<br />

231<br />

VARGAS, Alvaro Rocha. Do Caapi ao Carazinho: notas sobre 300 anos <strong>de</strong> história (1631-1931).[s.l.],<br />

[s.n],1980. p. 92.<br />

232<br />

Ibid. p. 89-92.<br />

233<br />

O NACIONAL. Passo Fundo, n. 782, ano VI, 28 d nov. 1930. p. 4.<br />

234<br />

VARGAS, Álvaro da Rocha. Do Caapi ao Carazinho: notas sobre 300 anos <strong>de</strong> história (1631-1931). [S.l.:<br />

s.n.: s.d]. 1980, p. 92.

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