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programa de pós-graduação em desenvolvimento regional - Unisc

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Nesse sentido, as alianças formadas na época eram amplas e díspares, <strong>em</strong> virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

justaposição dos atores antigos e mo<strong>de</strong>rnos; por isso, as mudanças aconteciam nas linhas <strong>de</strong><br />

menor resistência, segundo a concepção dos representantes da mo<strong>de</strong>rnização conservadora, ou<br />

seja, <strong>de</strong> conformida<strong>de</strong> com a “conservação <strong>de</strong>liberada das heranças sociais”. Para tanto, o<br />

Estado e seus agentes comandavam as mudanças, criando setores estratégicos e incorporando<br />

parcialmente os interesses <strong>em</strong>ergentes que manipulavam. Dessa forma, garantiam a<br />

manutenção do sist<strong>em</strong>a adotado na República velha, cuja essência econômico-social<br />

permanecia a mesma 420 .<br />

S<strong>em</strong> dúvida, quer no “estado <strong>de</strong> compromisso” que sugere curso transitório às<br />

acomodações políticas, quer na “mo<strong>de</strong>rnização conservadora” que enfatizava a estabilida<strong>de</strong><br />

social do mo<strong>de</strong>lo exclu<strong>de</strong>nte <strong>em</strong> meio às mudanças que ocorriam, subenten<strong>de</strong>-se um controle<br />

oligárquico <strong>de</strong>cisivo, no sentido <strong>de</strong> prosseguir a continuida<strong>de</strong> entre o antigo e o novo regime<br />

que acabara <strong>de</strong> se instalar. Assim, os benefícios da permanência apareceram sob forma da<br />

industrialização e da consolidação nacional, <strong>em</strong>bora mantendo uma estrutura antiga, com base<br />

na proprieda<strong>de</strong> rural, ou, ainda, na conotação da burguesia agrária, que foi a base para a<br />

formação do capitalismo 421 .<br />

Outro fator apontado por Camargo é que houve a renovação <strong>de</strong> um pacto agrário pelo<br />

qual alguns recursos políticos foram ampliados e outros, eliminados, porém as oligarquias<br />

permaneceram, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>ndo seus interesses, sendo tão somente substituídas por outros nomes.<br />

Assim é que o pacto firmado com as novas oligarquias permitiu uma convivência pacífica<br />

entre a “oligarquia” e as “massas” 422 .<br />

171<br />

[...] as oligarquias <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penharam, no plano político, papel <strong>de</strong> importância<br />

estratégica no processo <strong>de</strong> transição que se acelera com a Revolução <strong>de</strong> 1930.<br />

Esse processo, conduzido por um Estado centralizador e intervencionista, se faz<br />

acompanhar, entre 1930 e 1945, do controle crescente dos recursos <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r<br />

<strong>regional</strong>. Em troca, verifica-se a absorção dos quadros oligárquicos e <strong>de</strong> suas<br />

parentelas no Estado cartorial, isto é, <strong>de</strong>ntro ou <strong>em</strong> torno da burocracia do Estado 423 .<br />

Unb, 1982. p. 12-14. (Coleção T<strong>em</strong>as brasileiros).<br />

420<br />

MARTINS, Luciano ; REIS Elisa Maria Pereira apud CAMARGO, Aspásia. A revolução <strong>de</strong> 30 – S<strong>em</strong>inário<br />

Internacional. Brasília: Unb, 1982. (Coleção T<strong>em</strong>as brasileiros).<br />

421<br />

MARTINS, Luciano ; REIS Elisa Maria Pereira apud CAMARGO, Aspásia. A revolução <strong>de</strong> 30 – S<strong>em</strong>inário<br />

Internacional. Brasília: Unb, 1982. (Coleção T<strong>em</strong>as brasileiros).<br />

422<br />

Segundo Hélio Jaguaribe apud CAMARGO, Aspásia. A revolução <strong>de</strong> 30 – S<strong>em</strong>inário Internacional. Brasília:<br />

UNB, Coleção T<strong>em</strong>as Brasileiros, 1982. p. 13.<br />

423<br />

CAMARGO, Aspásia. A revolução <strong>de</strong> 30 – S<strong>em</strong>inário Internacional. Brasília: Unb, 1982. p. 14. (Coleção

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