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programa de pós-graduação em desenvolvimento regional - Unisc

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locais. Para Pesavento 598 ,“o projeto local foi frustrado no que se refere à impl<strong>em</strong>entação <strong>de</strong> um<br />

frigorífico nacional com recursos rio-gran<strong>de</strong>nses, visto que a economia pecuária se<br />

apresentava com graves probl<strong>em</strong>as, tanto a nível <strong>de</strong> produção quanto <strong>de</strong> comercialização”.<br />

Segundo Love, no <strong>de</strong>correr <strong>de</strong> toda a República Velha a economia do Rio Gran<strong>de</strong> do<br />

Sul esteve voltada para o mercado interno. Em oposição a São Paulo, que <strong>de</strong>pendia dos<br />

compradores <strong>de</strong> outros países. Os produtos alimentícios representavam cerca <strong>de</strong> dois terços do<br />

valor total das mercadorias enviadas para fora do estado entre 1920 e 1930, ou seja, a pecuária<br />

e as indústrias ligadas a ela se sobrepunham 599 .<br />

De modo geral, a consolidação da indústria não representou o abandono da política <strong>de</strong><br />

sustentação aos produtos agroexportadores, na medida <strong>em</strong> que estes propiciavam a entrada <strong>de</strong><br />

divisas. O que se percebia era que a economia nacional precisava ser diversificada, além do<br />

que havia urgência na integração do mercado interno, b<strong>em</strong> como ênfase nas “indústrias<br />

naturais” 600 .<br />

Em se tratando das “indústrias naturais”, o Rio Gran<strong>de</strong> do Sul <strong>de</strong>stacou-se com a<br />

fabricação da farinha, produto obtido pelo beneficiamento simples, que valorizou a matéria-<br />

prima nacional, como “indústria natural”, possibilitando a integração do mercado interno, na<br />

medida <strong>em</strong> que se buscou a exportação para o centro do país além <strong>de</strong> possibilitar a<br />

diversificação da economia nacional e, no caso, <strong>de</strong> limitar a importação <strong>de</strong> artigos<br />

estrangeiros (caso do trigo), propiciando a economia <strong>de</strong> divisas 601 .<br />

O governo fe<strong>de</strong>ral olhava para o Rio Gran<strong>de</strong> do Sul como um estado importante na<br />

compl<strong>em</strong>entação da economia central, uma vez que fornecia ao resto do país gêneros <strong>de</strong><br />

subsistência para o consumo nacional. Dessa forma, a manutenção da estrutura agropecuária<br />

cont<strong>em</strong>plava os interesses do governo central. “Todavia, o esqu<strong>em</strong>a <strong>de</strong> <strong>de</strong>pendência<br />

598<br />

PESAVENTO, Sandra Jatahy. República velha gaúcha: charqueadas, frigoríficos, criadores. Porto Alegre:<br />

Movimento IEL, 1980. p. 19.<br />

599<br />

LOVE, Joseph. 4- Conferência. In: Sim<strong>pós</strong>io sobre a Revolução <strong>de</strong> 30. Porto Alegre, out. 1980. Porto Alegre:<br />

ERUS, 1983. p. 60.<br />

600<br />

PESAVENTO, Sandra Jatahy. RS: agropecuária colonial e industrialização. Porto Alegre: Mercado Aberto,<br />

1983. p. 173.<br />

601 Ibid. p. 174.<br />

241

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