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programa de pós-graduação em desenvolvimento regional - Unisc

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econômica que tal integração e compl<strong>em</strong>entarida<strong>de</strong> pressupunham não era claramente<br />

percebido pela classe dominante local” 602 . A esse respeito, Love observa que<br />

242<br />

tanto na política quanto na economia da República Velha, o Rio Gran<strong>de</strong> do Sul<br />

constitui uma anomalia: do ponto <strong>de</strong> vista econômico, não se orientou<br />

essencialmente n<strong>em</strong> para a exportação n<strong>em</strong> para a subsistência; politicamente, não<br />

foi n<strong>em</strong> um Estado dominante (no sentido <strong>em</strong> que o foram Minas Gerais e São<br />

Paulo), n<strong>em</strong> um Estado satélite. Suas peculiarida<strong>de</strong>s garantiram aos estadistas a<br />

oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> participar das <strong>de</strong>cisões políticas mais importantes da segunda<br />

meta<strong>de</strong> da República Velha e, finalmente, <strong>de</strong> presidir a liquidação do regime 603 .<br />

Nessa mesma concepção, efetuamos um a<strong>de</strong>ndo salientando que as elites políticas<br />

regionais que conduziram o curso do <strong>de</strong>senvolvimento estavam alijadas no po<strong>de</strong>r formal, ou<br />

informal; assim suas ações eram orientadas pela esfera econômica <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um processo<br />

produtivo capitalista. Essas relações <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r se estabeleciam e funcionavam, num primeiro<br />

momento, no âmbito dos interesses políticos e, num segundo momento, econômicos, s<strong>em</strong>pre<br />

com base na atuação do Estado como resultante <strong>de</strong> uma confluência <strong>de</strong> fatores <strong>em</strong> que lógicas<br />

globais e processos <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m <strong>regional</strong>, local e nacional se entrecruzavam, <strong>em</strong> algumas vezes<br />

compl<strong>em</strong>entando-se e, <strong>em</strong> outras, contrapondo-se.<br />

Nesse contexto, os atores que intervieram nos processos políticos, ora confluindo<br />

acerca <strong>de</strong> um mesmo objetivo ainda que com interesses divergentes, ora competindo por<br />

ganhar uma <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> um maior sentido <strong>em</strong> suas ações, visavam articular a política<br />

com a abertura <strong>de</strong> mercados e, também, o crescimento do capitalismo por meio da i<strong>de</strong>ologia<br />

do progresso, já que, para o capital, todos os produtos assumiam a forma <strong>de</strong> mercadorias que<br />

se integravam no movimento <strong>de</strong> valorização dos bens pelos capitalistas.<br />

Os mecanismos <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r institu<strong>em</strong> o indivíduo como objeto <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r, visando gerir<br />

sua vida e, portanto, controlar suas ações para, assim, torná-los mais úteis política e<br />

economicamente. Nesse sentido, essas relações <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r não po<strong>de</strong>m ser estabelecidas n<strong>em</strong><br />

funcionar s<strong>em</strong> uma produção, circulação e bom êxito dos discursos que propagam as normas<br />

pelas quais os indivíduos são avaliados e até mesmo julgados. O po<strong>de</strong>r relaciona-se pela<br />

maximização da produtivida<strong>de</strong> econômica e pela intenção do controle que está s<strong>em</strong>pre<br />

602 LOVE, Joseph. O <strong>regional</strong>ismo gaúcho. São Paulo: Perspectiva, 1975. p. 119.<br />

603 LOVE, Joseph. A revolução <strong>de</strong> 30 e o <strong>regional</strong>ismo gaúcho, apud TRINDADE, Hélgio. 4- Conferência. In:<br />

Sim<strong>pós</strong>io sobre a Revolução <strong>de</strong> 30. Porto Alegre, out. 1980. Porto Alegre: Erus, 1983. p. 61.

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