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programa de pós-graduação em desenvolvimento regional - Unisc

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t<strong>em</strong>po, houve a repressão representada pelo Estado Novo. Getúlio Vargas objetivava o<br />

enfraquecimento político dos po<strong>de</strong>res estaduais por intermédio dos municípios, que ocuparam<br />

posição <strong>de</strong> <strong>de</strong>staque e <strong>de</strong> valorização na evolução política brasileira. Houve, portanto, uma<br />

nova hierarquização das esferas do po<strong>de</strong>r, contribuindo para o enfraquecimento da esfera<br />

estadual <strong>em</strong> relação à fe<strong>de</strong>ral e à municipal 390 .<br />

Com o golpe <strong>de</strong> estado, observamos que os institutos faziam parte do projeto <strong>de</strong><br />

centralização e fortalecimento do governo fe<strong>de</strong>ral e, juntamente com as autarquias e conselhos<br />

econômicos, compunham um conjunto <strong>de</strong> mecanismos que, dando-lhes uma dimensão mais<br />

integrada e abrangente, resultou numa intervenção estatal na economia 391 . No Estado Novo,<br />

foram criados institutos específicos <strong>de</strong> expressão estadual ou <strong>regional</strong>, como o Instituto<br />

Nacional do Mate (1938) e o Instituto Nacional do Pinho (1941), vinculados à política local e<br />

encarregados <strong>de</strong> conhecer, originar e articular políticas setoriais para os seus respectivos<br />

campos 392 .<br />

Em Carazinho, havia inúmeras entida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> produtores, associações <strong>de</strong> comerciantes e<br />

<strong>de</strong> transportadores, que, freqüent<strong>em</strong>ente, organizavam comissões para pressionar o governo<br />

do estado a resolver o probl<strong>em</strong>a da falta <strong>de</strong> vagões, o que constituía um ponto <strong>de</strong><br />

estrangulamento no dinamismo da economia da ma<strong>de</strong>ira. A falta <strong>de</strong> um local <strong>de</strong><br />

armazenamento da ma<strong>de</strong>ira nas estações era outro probl<strong>em</strong>a evi<strong>de</strong>nciado na época, como já se<br />

apontou 393 .<br />

O sist<strong>em</strong>a ferroviário esteve vinculado à ocupação do espaço <strong>regional</strong> e da proprieda<strong>de</strong><br />

da terra, b<strong>em</strong> como com a questão da ma<strong>de</strong>ira na região do Planalto, mais especificamente,<br />

<strong>em</strong> Carazinho. Por mais que o dinamismo da ma<strong>de</strong>ira fosse gran<strong>de</strong> na década <strong>de</strong> 1930, a falta<br />

<strong>de</strong> vagões impedia uma melhor a<strong>de</strong>quação entre o que era <strong>de</strong>rrubado e o que era<br />

comercializado, <strong>de</strong> modo que muita ma<strong>de</strong>ira ficava estocada à beira da rodovia ou nas<br />

pequenas estações da região. S<strong>em</strong> uma re<strong>de</strong> eficiente <strong>de</strong> transporte, os capitalistas do setor<br />

contabilizavam perdas, preocupavam-se com o <strong>de</strong>s<strong>em</strong>prego dos trabalhadores e articulavam<br />

390 COLUSSI, Eliane Lucia. Estado novo e municipalismo gaúcho. Passo Fundo: Ediupf, 1996. p. 115 – 168.<br />

391 DINIZ, Eli. O Estado Novo: estrutura <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r relações <strong>de</strong> classe. In: FAUSTO, Boris. História geral da<br />

civilização brasileira. 3. ed. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Difel, 1986. p. 110-112.<br />

392 DRAIBE, Sônia Miriam. Rumos e metamorfoses: um estudo sobre a constituição do estado e as alternativas<br />

da industrialização no Brasil (1930-1960). Rio <strong>de</strong> Janeiro: Paz e Terra, 1985. p. 89 - 90.<br />

393 O NACIONAL. Passo Fundo, n. 514, ano V, 08 jan. 1930. p. 2.<br />

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