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programa de pós-graduação em desenvolvimento regional - Unisc

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foi recebido festivamente e a qu<strong>em</strong> oferecer (sic) um pic-nic 339 . (grifos nosso).<br />

Reescrever a história das elites políticas <strong>de</strong>ssa época implica, necessariamente, fazer<br />

referência a alguns fatos importantes <strong>em</strong> nível local, mesmo que isolados num contexto maior.<br />

É o caso da pretensão <strong>de</strong> rebatizar o município <strong>de</strong> Carazinho com o topônimo “Flores da<br />

Cunha”. Tal proposta partiu <strong>de</strong> Rosalvo Scherer, industrialista <strong>de</strong> Ijuí, mas que já havia<br />

residido <strong>em</strong> Carazinho <strong>em</strong> t<strong>em</strong>pos anteriores. No contexto <strong>de</strong>scrito perceb<strong>em</strong>os os motivos<br />

políticos que ainda persistiam a<strong>pós</strong> a <strong>em</strong>ancipação <strong>de</strong> Carazinho, como po<strong>de</strong>mos constatar no<br />

telegrama divulgado pelo Correio do Povo, <strong>em</strong> 3 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 1935:<br />

145<br />

Presi<strong>de</strong>nte e mais m<strong>em</strong>bros da Ass<strong>em</strong>bléia Estadual. P. Alegre. Infra-firmados,<br />

tendo conhecimento <strong>de</strong> que o sr. Rosalvo Scherer propoz essa digna Ass<strong>em</strong>bléia<br />

mudança nome município para Flores da Cunha, <strong>em</strong> atenção inestimável<br />

serviços prestados governador Estado e esta terra, v<strong>em</strong> trazer aplauso iniciativa,<br />

<strong>em</strong>bora tenha partido pessoa que não mais resi<strong>de</strong> este município. Homenag<strong>em</strong><br />

prestada não é mais do que conseqüência lógica, profunda simpatia é tido aqui<br />

general Flores da Cunha que, para criar município, não trepidou arrastar má<br />

vonta<strong>de</strong> vergueirismo, então, senhor absoluto da região. E fez mais, o ínclito<br />

general, <strong>de</strong>u-nos um município livre <strong>de</strong> dívidas, contra a praxe estabelecida que<br />

atribui ao território <strong>de</strong>sm<strong>em</strong>brado parte da dívida do <strong>de</strong> orig<strong>em</strong> [...] 340 . (grifos<br />

nosso).<br />

O mesmo jornal <strong>de</strong>stacou o fato atribuindo-a a rivalida<strong>de</strong>s políticas antiga, entre os<br />

apoiadores <strong>de</strong> Nicolau <strong>de</strong> Araújo Vergueiro, contrários à <strong>em</strong>ancipação <strong>de</strong> Carazinho, que<br />

ainda se faziam sentir, a ex<strong>em</strong>plo do que noticiou O Nacional, <strong>de</strong> 14 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 1935:<br />

[...] <strong>de</strong>veria l<strong>em</strong>brar s. s. que fez parte da comissão que foi pleitear a autonomia<br />

<strong>de</strong> Carazinho, anos atraz, s<strong>em</strong> que estivesse nas cogitações dos m<strong>em</strong>bros que a<br />

compunham a transformação do nome da nova comuna. E se o sr. Rosalvo<br />

Scherer <strong>em</strong> tal pensou, com toda segurida<strong>de</strong> que o nome que <strong>de</strong>veria ter ocorrido,<br />

então, a prevalecer a lógica <strong>de</strong> agora, seria, indiscutivelmente, o <strong>de</strong> Borges <strong>de</strong><br />

Me<strong>de</strong>iros que, naquela época, para muita gente que o en<strong>de</strong>usa os homens que a<br />

Revolução <strong>de</strong> 30 <strong>em</strong>poleirou no po<strong>de</strong>r era o Hom<strong>em</strong> do Rio Gran<strong>de</strong>, que tanto<br />

fez pelo seu progresso e sua gran<strong>de</strong>za econômica [...] 341 . (grifos nosso).<br />

Perceb<strong>em</strong>os que o probl<strong>em</strong>a levantado <strong>em</strong> torno do nome <strong>de</strong> Carazinho era<br />

essencialmente político. Na nota <strong>de</strong> O Nacional fica claro que as duas elites que s<strong>em</strong>pre se<br />

<strong>de</strong>frontaram continuavam na mesma linha, pois cada situação surgida era pretexto para o<br />

339<br />

Documentos Governamentais. Correspondências dos Governantes. Arquivo Histórico do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul –<br />

AHRGS. Porto Alegre, RS.<br />

340<br />

CORREIO DO POVO. Porto Alegre, n. 198, ano XLI, 3 jul. 1935. p. 11.<br />

341<br />

O NACIONAL. Passo Fundo, n. 2198, ano XI, 14 ago. 1935. p. 10.

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