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programa de pós-graduação em desenvolvimento regional - Unisc

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órgão eqüidistante dos partidos, porém opinativo, que teria lançado as bases da imprensa<br />

mo<strong>de</strong>rna no Rio Gran<strong>de</strong> do Sul ao estabelecer o primado da notícia, e, juntamente com A<br />

Fe<strong>de</strong>ração, dominava o panorama jornalístico 212 . Também A Fe<strong>de</strong>ração, jornal conhecido por<br />

ter sido o porta-voz do Partido Republicano Riogran<strong>de</strong>nse, criado <strong>em</strong> 1º <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 1884<br />

somente como órgão do PRR e meio <strong>de</strong> propaganda; <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> instituída a República, tornou-<br />

se também um jornal <strong>de</strong> notícias. Constatamos a presença cotidiana <strong>de</strong>ste jornal com t<strong>em</strong>as<br />

vinculados ao PRR, divulgando os seus princípios doutrinários e <strong>programa</strong> governamental. O<br />

jornal ocupou-se <strong>de</strong> veicular as relações do Partido Republicano Liberal (PRL) com as<br />

oposições e com os movimentos extr<strong>em</strong>istas. Também participou ativamente das campanhas<br />

eleitorais <strong>de</strong> 1933 a 1935 e, no fim do período discutiu amplamente a questão da Dissidência<br />

Liberal. Entre 1932-1937, A Fe<strong>de</strong>ração utilizou-se constant<strong>em</strong>ente <strong>em</strong> evi<strong>de</strong>nciar os<br />

princípios que norteavam o PRL, numa tentativa <strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar clara ao leitor a coerência dos<br />

mesmos, assim prosseguindo até seu fechamento, ocorrido <strong>em</strong> nov<strong>em</strong>bro <strong>de</strong> 1937.<br />

A Fe<strong>de</strong>ração 213 , órgão republicano liberal, no período analisado, organizava a matéria<br />

<strong>de</strong> sua divulgação apresentando na primeira página às notícias <strong>de</strong> <strong>de</strong>staque da conjuntura<br />

política <strong>regional</strong> e nacional, incluindo, <strong>de</strong> forma sist<strong>em</strong>ática, uma coluna que representava o<br />

pensamento político-i<strong>de</strong>ológico do Partido Republicano Liberal. Esta página foi também<br />

utilizada, <strong>em</strong> períodos eleitorais, para propaganda e exaltação da figura política <strong>de</strong> Flores da<br />

Cunha e sua obra governamental. Nas conjunturas <strong>em</strong> que o processo político <strong>regional</strong> ou<br />

nacional não se encontrava <strong>em</strong> gran<strong>de</strong> evidência, no espaço da primeira página apareciam<br />

também notícias sobre a política internacional.<br />

Para Capelato, a imprensa é um instrumento <strong>de</strong> manipulação <strong>de</strong> interesses e <strong>de</strong><br />

intervenção na vida social, pois por meio <strong>de</strong>la se trava uma batalha constante pela conquista<br />

<strong>de</strong> mentes e corações e reforçam-se tendências que já exist<strong>em</strong> na socieda<strong>de</strong> 214 . A imprensa é,<br />

pois, fonte <strong>de</strong> percepção do processo <strong>de</strong> constituição do capitalismo no Brasil, mas também<br />

das elites nesse processo e <strong>de</strong> sua i<strong>de</strong>ologia. Os jornais não foram apenas meio <strong>de</strong> expressão<br />

212 REVERBAL, Carlos. Tendências do jornalismo gaúcho. In: VARGAS, An<strong>de</strong>rson Zalewski. Os subterrâneos<br />

<strong>de</strong> Porto Alegre: imprensa, i<strong>de</strong>ologia autoritária e reforma social (1900/1919). 1992. 357f. Dissertação<br />

(Mestrado) - Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul. Porto Alegre. 1992. p. 9.<br />

213 TRINDADE, Hélgio (Org.) et.al. Revolução <strong>de</strong> 30: partidos e imprensa partidária no RS (1928-1937). Porto<br />

Alegre, L&PM. Núcleo <strong>de</strong> Pesquisa e Documentação da Política Rio-Gran<strong>de</strong>nse-UFRGS. 1980. p. 393 a 402.<br />

214 CAPELATO, Maria Helena Rolim. Multidões <strong>em</strong> cena: propaganda política no varguismo e no peronismo.<br />

São Paulo: Papirus, 1998. p. 94-97.<br />

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