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programa de pós-graduação em desenvolvimento regional - Unisc

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Segundo Soares, Vazulmiro Dutra, m<strong>em</strong>bro do PRR, <strong>em</strong> 1930 apoiou Getúlio Vargas<br />

e foi nomeado por Flores da Cunha interventor do município <strong>de</strong> Palmeira das Missões, tendo<br />

participado ativamente da Revolução Constitucionalista <strong>de</strong> 1932 464 . No mesmo sentido se<br />

manifesta Félix, afirmando que Vazulmiro Dutra mantinha sua se<strong>de</strong> <strong>em</strong> Passo Fundo, por<br />

volta <strong>de</strong> 1933, e atuava como coronel e subchefe nesse período, gradativamente alterada <strong>em</strong><br />

relação ao período borgista, <strong>em</strong> razão <strong>de</strong> fatores estruturais e conjunturais <strong>em</strong> nível nacional e<br />

<strong>de</strong> fatores conjunturais <strong>em</strong> nível estadual sob a interventoria <strong>de</strong> Flores da Cunha. A mudança<br />

do relacionamento coronelista com a estrutura partidária e as alterações <strong>de</strong>sta e a criação <strong>de</strong><br />

um novo partido, PRL, limitaram a autonomia local, atrelando a ação dos coronéis cada vez<br />

mais ao partido e limitando-os <strong>em</strong> relação aos seus <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes, esvaziando o conteúdo<br />

coronelista. Vazulmiro Dutra, que havia a<strong>de</strong>rido ao PRL e era subchefe <strong>de</strong> polícia da região<br />

<strong>de</strong> Passo Fundo, passou a receber correspondências solicitando que interviesse junto ao<br />

governo do estado a fim <strong>de</strong> solucionar probl<strong>em</strong>as partidários, que envolviam as prefeituras e<br />

possíveis opositores ao governo <strong>de</strong> Getúlio Vargas 465 .<br />

Também reforçando as <strong>de</strong>savenças locais <strong>de</strong> Carazinho, encontramos num trecho <strong>de</strong><br />

uma carta redigida por Norberto Madureira Coelho, en<strong>de</strong>reçada a Maurício Cardoso, na qual<br />

relatava <strong>de</strong>talhadamente a situação política local, ao mesmo t<strong>em</strong>po <strong>em</strong> que solicitava a sua<br />

interferência na questão junto aos <strong>de</strong>mais m<strong>em</strong>bros do governo do estado, <strong>de</strong> modo a<br />

conseguir<strong>em</strong> a substituição do prefeito <strong>de</strong> Carazinho. Abaixo recortamos um trecho da carta<br />

que comprova nossas afirmações:<br />

191<br />

Como já é <strong>em</strong> parte do teu conhecimento, os <strong>de</strong>tentores das posições oficiais dali,<br />

logo a<strong>pós</strong> a implantação do novo regime, pressurosos, como procuradores <strong>em</strong> causa<br />

própria, a<strong>de</strong>riram, <strong>em</strong> massa, a nova or<strong>de</strong>m política com o fim <strong>de</strong> manter<strong>em</strong>-se nos<br />

cargos que ocupam, fingindo uma aliança com o Sr. José Ivalino Pessoa Brum,<br />

que, como pessoa sendo chefe da dissidência que com eles se acumpliciou, pois<br />

este sr. não levou consigo nenhum dos dissi<strong>de</strong>ntes, que ficaram todos conosco.<br />

Cabe-me dizer-te que com o movimento <strong>de</strong> solidarieda<strong>de</strong> ao <strong>em</strong>inente sr. Getúlio<br />

Vargas <strong>em</strong> Carazinho, foi iniciado pelos nossos companheiros da antiga Frente<br />

Única, <strong>em</strong> nov<strong>em</strong>bro <strong>de</strong> 1935, quando o nosso comum amigo e <strong>de</strong>dicado<br />

companheiro A. Canuto <strong>de</strong> Souza entrou <strong>em</strong> entendimentos com el<strong>em</strong>entos<br />

<strong>de</strong>stacados da política paulista, que naquela época, estava inteiramente ao lado<br />

do governo fe<strong>de</strong>ral. Por diversas vezes esse amigo, <strong>em</strong> momentos b<strong>em</strong> difíceis,<br />

escreveu para aqueles senhores, <strong>de</strong>nunciando as ativida<strong>de</strong>s subversivas do<br />

então governador <strong>de</strong>ste estado. [...]. Diante pois, do exposto, não me parece justa<br />

464 SOARES, Mozart Pereira. Santo Antônio da Palmeira: apontamentos para a história <strong>de</strong> Palmeira das Missões,<br />

com<strong>em</strong>orativos do primeiro centenário <strong>de</strong> sua <strong>em</strong>ancipação. Bels, [s.l.], 1974. p. 220.<br />

465 FÉLIX, Loiva Otero ; ELMIR, Cláudio P. (Org.). Mitos e heróis: construção <strong>de</strong> imaginários. Porto Alegre: ed.<br />

Universida<strong>de</strong>/ UFRGS. 1998. p. 176-177.

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