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programa de pós-graduação em desenvolvimento regional - Unisc

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acabara também com a fonte <strong>de</strong> exploração dos chefes <strong>de</strong> partidos, que tinham a ufania da<br />

frau<strong>de</strong> como padrão <strong>de</strong> vitória, a ingratidão como código <strong>de</strong> governo e a injustiça como<br />

evangelho <strong>de</strong> atitu<strong>de</strong>s 375 . Não foi <strong>em</strong> vão que Campos Neto afirmou que “com uma única<br />

ban<strong>de</strong>ira a drapejar por todo o território nacional um único hino a <strong>em</strong>ocionar o<br />

sentimento <strong>de</strong> brasilida<strong>de</strong>, marchar<strong>em</strong>os avante para um futuro <strong>de</strong> glórias da nossa<br />

majestosa Pátria, unidos, pelo coração para a gran<strong>de</strong>za do Brasil” 376 . (grifos nosso).<br />

As representações salientadas pelo Noticioso são marcadas pela apropriação e<br />

ressignificação <strong>de</strong> diferentes símbolos nacionais. As referências a símbolos que encarnam o<br />

espírito da nação, como a ban<strong>de</strong>ira, o hino, a Constituição, os heróis, as batalhas, são<br />

el<strong>em</strong>entos importantes na organização e apresentação dos dirigentes à socieda<strong>de</strong> civil.<br />

Conforme Colussi 377 , o período do Estado Novo constituiu-se num momento <strong>de</strong><br />

radicalização e <strong>de</strong> consolidação do processo que se iniciara <strong>em</strong> 1930 e que trouxera <strong>em</strong> suas<br />

estruturas algumas transformações profundas, cuja intensida<strong>de</strong> foi sentida <strong>de</strong> formas<br />

diferentes pelos grupos sociais nas diversas regiões do país. Partilhando da mesma opinião <strong>de</strong><br />

Colussi t<strong>em</strong>os Veloso 378 , para qu<strong>em</strong> a consolidação do regime estado-novista <strong>de</strong>u-se por meio<br />

<strong>de</strong> um novo mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> Estado, assim como <strong>de</strong> novas formas <strong>de</strong> relacionamento com a classe<br />

dominante, <strong>em</strong> parte, por causa do autoritarismo na condução da vida política nacional e, <strong>em</strong><br />

outra, pela capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sse regime <strong>de</strong> angariar a<strong>de</strong>sões e absorver conflitos. Segundo<br />

Carone 379 , o <strong>de</strong>creto <strong>de</strong> extinção dos partidos não foi taxativo sobre o futuro político dos<br />

partidos; ficava proibida até a promulgação da lei eleitoral a organização <strong>de</strong> partidos políticos,<br />

po<strong>de</strong>ndo os existentes continuar a funcionar como socieda<strong>de</strong>s civis para fins culturais,<br />

beneficentes ou <strong>de</strong>sportivos.<br />

Dos ensinamentos históricos sintetizados, <strong>de</strong>v<strong>em</strong>os referenciar que antes da instalação<br />

do Estado Novo ocorreu o rompimento do acordo gaúcho efetuado pelas oposições quanto à<br />

execução do “octólogo” 380 , dando lugar à formação da Comissão Mista. De acordo com<br />

375 NOTICIOSO. Carazinho, n. 22, ano I, 22 ago. 1942. p. 04.<br />

376 NOTICIOSO. Carazinho, n. 22, ano I, 22 ago. 1942. p. 04.<br />

377 COLUSSI, Eliane Lucia. Estado novo e municipalismo gaúcho. Passo Fundo: Ediupf, 1996. p. 71 – 73.<br />

378 VELOSO, Mônica Pimenta. Cultura e po<strong>de</strong>r político: uma configuração no campo intelectual. In: OLIVEIRA,<br />

Lucia Lippi <strong>de</strong> (Org.). Estado Novo, i<strong>de</strong>ologia e po<strong>de</strong>r. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Zahar, 1982. p. 71.<br />

379 CARONE, Edgard. A segunda república nova (1930-1937). 3. ed. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Difel, 1978. p. 174.<br />

380 Originou-se para o caso da sucessão presi<strong>de</strong>ncial da República, procurando realizar entendimentos entre o<br />

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