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programa de pós-graduação em desenvolvimento regional - Unisc

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percepção da necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> o país ocupar uma nova posição na divisão internacional do<br />

trabalho, como produtor <strong>de</strong> manufaturados industriais, não como exportador <strong>de</strong> bens<br />

primários. Também os industriais referiam a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r<strong>em</strong> os recursos<br />

estratégicos do país por meio do controle estatal 807 .<br />

Para tanto, l<strong>em</strong>bramos que, <strong>de</strong> acordo com D’Araújo, Vargas projetou-se como a<br />

vanguarda da socieda<strong>de</strong> agrária, que o moldou como indivíduo e hom<strong>em</strong> público, mas<br />

vivenciou também a <strong>de</strong>sorganização dos valores, das maneiras <strong>de</strong> vida que condicionaram<br />

suas origens. Assistiu-se à reciclag<strong>em</strong> do sist<strong>em</strong>a agroexportador, cujo colapso abreviou, na<br />

gran<strong>de</strong> crise <strong>de</strong> 1929, a busca dos inesperados caminhos da industrialização. As medidas <strong>de</strong><br />

<strong>em</strong>ergência adotadas para <strong>de</strong>belar os efeitos perniciosos da crise do café constituíram-se no<br />

caminho aberto para uma reorientação profunda <strong>de</strong> metas sociais e valores políticos, num<br />

processo <strong>de</strong> transformação econômica que a todos impeliu, recortado pelas velhas e novas<br />

contradições que <strong>em</strong>ergiam. Comprometido com o passado, mas voltado para as<br />

potencialida<strong>de</strong>s que abriam novas perspectivas à socieda<strong>de</strong> do futuro, Vargas promoveu<br />

práticas t<strong>em</strong>poralmente diversas, ajustando aos seus métodos a ação, inserindo novas<br />

tendências que lhe eram reveladas e que ele operacionalizou e manipulou 808 .<br />

A intervenção do Estado no pensamento autoritário era vista como uma ativida<strong>de</strong><br />

regulatória. A função produtiva era admitida no caso das indústrias <strong>de</strong> base estratégica, muito<br />

<strong>em</strong>bora essas indústrias estivess<strong>em</strong> longe <strong>de</strong> propor soluções técnicas para a impl<strong>em</strong>entação<br />

<strong>de</strong> <strong>programa</strong> nessa área. A partir <strong>de</strong> 1937 a posição das indústrias quanto ao estilo corporativo<br />

<strong>de</strong> participação tornou-se mais nítida. Esse estilo foi valorizado pelos <strong>em</strong>presários por ocasião<br />

do funcionamento das primeiras agências consultivas que entraram <strong>em</strong> operação, sendo a<br />

primeira <strong>em</strong> 1934 e a segunda <strong>em</strong> 1937. Tais agências eram o Conselho Fe<strong>de</strong>ral do Comércio<br />

Exterior e o Conselho Técnico <strong>de</strong> Economia e Finanças. A principal mudança introduzida<br />

com a criação <strong>de</strong>ssas agências foi a legitimação da negociação direta entre o setor privado e a<br />

burocracia, No entanto,<br />

807 CERQUEIRA, Eli Diniz. Empresário e estado no Brasill: 1930/1945. Tese (Doutorado) Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Filosofia, Letras e Ciências Humanas, 1977. p. 34. In: BOSCHI, Renato Raul. Elites industriais e <strong>de</strong>mocracia:<br />

heg<strong>em</strong>onia burguesa e mudança política e social no Brasil. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Edições Graal, 1979. p. 70.<br />

808 D’ARAUJO, M. C. As instituições brasileiras na Era Vargas. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Eduerj; FGV, 1999. p.15.<br />

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