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programa de pós-graduação em desenvolvimento regional - Unisc

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E prosseguia o editorial:<br />

187<br />

O sr, prefeito, ainda imbuído das idéias arcaicas <strong>de</strong> mando absoluto, resolveu<br />

<strong>de</strong>cisivamente pelo nosso povo, s<strong>em</strong> dignar-se a dar o menor esclarecimento.<br />

(...) Para os nossos governantes atuais, o povo e ainda um agrupamento amorfo, cuja<br />

principal função é pagar impostos e votar. Agrupamento que não t<strong>em</strong> vonta<strong>de</strong> n<strong>em</strong><br />

discernimento. Ele não precisa saber pois, do orçamento público, não t<strong>em</strong> nada que<br />

ver com a transformação territorial <strong>de</strong> seu município. É massa bruta. (...) Para não<br />

ser oposicionista é preciso aplaudir tudo e aplaudir s<strong>em</strong> saber <strong>de</strong> que se trata<br />

aplaudir às escuras. (...) Bendita oposição, patriótica oposição, esperança <strong>de</strong> um<br />

futuro melhor 454 . (grifos nosso).<br />

A administração <strong>de</strong> Passo Fundo podia, ainda por algum t<strong>em</strong>po, manter a<br />

integrida<strong>de</strong> do território que lhe pertencia, mas a inépcia, má vonta<strong>de</strong> , ou o que quer<br />

que seja, concorreu para a insistência das pretensões carazinhenses. Populosa a<br />

povoação <strong>de</strong> Carazinho, com intenso comércio <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>iras, cereais, banha etc.,<br />

<strong>de</strong>via merecer da administração municipal mais carinho, cuidado, s<strong>em</strong>pre<br />

reclamado pelos habitantes daquela circunscrição. [...] a culpa <strong>de</strong> per<strong>de</strong>r, o<br />

gran<strong>de</strong> e rico município <strong>de</strong> Passo Fundo, os seus mais adiantados distritos, foi<br />

exclusivamente <strong>de</strong> sua administração, que t<strong>em</strong> exclusivamente cuidado <strong>de</strong><br />

política, pondo à marg<strong>em</strong> os vitais interesses públicos. [...] Passo Fundo é digno <strong>de</strong><br />

administração que se interesse mais por seu progresso, por seu <strong>de</strong>senvolvimento<br />

social e econômico, para que amanhã não sofra nova <strong>de</strong>sagregação 455 . (grifos nosso).<br />

Nesse cenário, as divergências políticas regionais também se estendiam às relações<br />

políticas entre Vergueiro e Flores da Cunha. Borges <strong>de</strong> Ma<strong>de</strong>iros fazia consi<strong>de</strong>rações públicas<br />

que <strong>de</strong>ixavam transparecer a situação ao <strong>de</strong>clarar que “o velho amigo Borges” havia traído<br />

Vergueiro, quando contrariara a sua opinião e apoiara a in<strong>de</strong>pendência <strong>de</strong> Carazinho. Com<br />

isso, Vergueiro se isolora <strong>de</strong> Porto Alegre, mais especificamente, <strong>de</strong> Flores da Cunha e <strong>de</strong><br />

Borges <strong>de</strong> Me<strong>de</strong>iros 456 .<br />

Em Carazinho, por sua vez, a<strong>pós</strong> sua <strong>em</strong>ancipação <strong>de</strong> Passo Fundo, a mesma comissão<br />

pró-<strong>em</strong>ancipacionista, formada por filiados ao Partido Republicano, indicou a pessoa <strong>de</strong><br />

Homero Guerra como “o moço que é a personificação da modéstia, a frente do novo<br />

município, capaz <strong>de</strong> fazer todos os sacrifícios, <strong>de</strong> todas as renúncias efetivas, para organizar a<br />

futura administração” 457 . Tal afirmação, proveniente <strong>de</strong> Antonio Loures e Albuquerque, do<br />

Partido Libertador, <strong>em</strong> favor <strong>de</strong> Homero Guerra representou mais uma <strong>de</strong>rrota para<br />

Vergueiro, uma vez que os partidos Republicano e Libertador encontravam-se unidos na<br />

454 O NACIONAL. Passo Fundo, n. 826, ano VI, 21 jan. 1931. p. 2.<br />

455 O NACIONAL. Passo Fundo, n. 834, ano VI, 26 jan. 1931. p. 1.<br />

456 O NACIONAL. Passo Fundo, n. 1062, ano VII, 23 out.1931. p. 2.<br />

457 O NACIONAL. Passo Fundo, n, 863, ano VI, 7 mar. 1931. p. 3.

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