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programa de pós-graduação em desenvolvimento regional - Unisc

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339<br />

(a) a lei <strong>de</strong> 1931 exigindo que 2/3 dos trabalhadores <strong>em</strong> qualquer <strong>em</strong>presa foss<strong>em</strong><br />

cidadãos brasileiros; (b) a lei sindical (exigindo a organização das classes operária e<br />

industrial numa estrutura sindical) que começou a tramitar <strong>em</strong> 1931 e foi aprovada<br />

<strong>em</strong> 1943; (c) a exigência <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> profissional (<strong>em</strong> que o <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho<br />

profissional do indivíduo <strong>de</strong>veria ser registrado num documento formal) <strong>em</strong> 1932;<br />

(d) a lei das horas <strong>de</strong> trabalho industrial (estabelecendo uma jornada <strong>de</strong> 8 horas) <strong>em</strong><br />

1936; (e) a regulamentação do trabalho f<strong>em</strong>inino <strong>em</strong> 1932 e (f) o estabelecimento <strong>de</strong><br />

um salário mínimo <strong>em</strong> 1937 824 .<br />

Enfatizamos que <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início da Era Vargas tornava-se evi<strong>de</strong>nte a preocupação do<br />

governo com o probl<strong>em</strong>a social, revelada especialmente pela ampla produção <strong>de</strong> legislação<br />

sindical e trabalhista, que culminou com a edição da Consolidação das Leis do Trabalho<br />

(CLT), <strong>em</strong> 1943. A aproximação política entre o governo e os sindicatos somente se<br />

concretizou nos últimos anos do Estado Novo, mais precisamente <strong>em</strong> 1942, quando o ministro<br />

do Trabalho passou a dirigir-se especificamente aos sindicatos e à classe operária, <strong>em</strong>bora<br />

nessa atitu<strong>de</strong> estivesse implícita a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se colocar um fim na ditadura, mas, ao<br />

mesmo t<strong>em</strong>po, conquistar uma nova classe <strong>de</strong> eleitores: os trabalhadores assalariados 825 .<br />

Em Carazinho foi instalada uma Junta <strong>de</strong> Conciliação e Julgamento <strong>em</strong> 1939, como<br />

relatado pelo jornal Correio do Povo:<br />

Carazinho, (18) Via Postal- segunda-feira, da s<strong>em</strong>ana que hoje finda, foi instituída<br />

<strong>em</strong> Carazinho a Justiça do Trabalho, com a instalação nesta cida<strong>de</strong> da Junta <strong>de</strong><br />

Conciliação e Julgamento, cujo ato foi presidido pelo sr. João Latuada, inspetor do<br />

Ministério do Trabalho, ora <strong>em</strong> visita <strong>de</strong> fiscalização neste município. A<br />

solenida<strong>de</strong> <strong>de</strong> instalação da Junta <strong>de</strong> Conciliação e Julgamento realizou-se no salão<br />

superior do Clube Comercial, às 20 horas daquele dia com a presença das<br />

autorida<strong>de</strong>s, <strong>em</strong>pregadores e <strong>em</strong>pregados. Esse órgão da Justiça do trabalho ficou<br />

assim constituído: José Ivalino Pessoa <strong>de</strong> Brum, presi<strong>de</strong>nte, indicado pela<br />

Associação Comercial e prefeitura, vogais: dr Eurico Araujo, indicado pelos<br />

<strong>em</strong>pregadores; suplente, Camilo Sherer e José Candido Martins Quadros, indicado<br />

pelos <strong>em</strong>pregados e suplente Alicio Vicelli. A<strong>pós</strong> ser oficialmente instalada a Junta,<br />

o sr. João Latuada, fez uso da palavra, discorrendo, longamente e com eloqüência,<br />

sobre a Justiça do Trabalho, que o Governo do Estado havia <strong>de</strong>cretado há pouco<br />

t<strong>em</strong>po. Fizeram ainda uso da palavra, o sr. Edgar Kasper , secretário da prefeitura,<br />

que <strong>em</strong> nome do Governo municipal, congratulou-se pelas classes trabalhistas e<br />

<strong>em</strong>pregadores por esse gran<strong>de</strong> acontecimento que representava a instituição da Junta<br />

<strong>de</strong> Conciliação e Julgamento, para harmonizar interesses <strong>de</strong> <strong>em</strong>pregadores e<br />

<strong>em</strong>pregados, quando seus interesses viess<strong>em</strong> a colidir. Dr. Ernesto Dable secretário<br />

da Associação Comercial, que, <strong>em</strong> nome <strong>de</strong>ssa entida<strong>de</strong>, que congrega os<br />

<strong>em</strong>pregadores, disse da satisfação que lhes causava a instalação <strong>de</strong>sse aparelho da<br />

Justiça do Trabalho, e por fim o sr. José Ivalino Pessoa <strong>de</strong> Brum dirigiu sua<br />

824 JORNAL DA SERRA. Carazinho, n. 1458, ano XV, 14 set. 1945. p. 04.<br />

825 CARVALHO, José Murilo <strong>de</strong>. Vargas e os militares: aprendiz <strong>de</strong> feiticeiro. In: D’ARAÚJO, Maria Celina<br />

(Org.). As instituições brasileiras da era Vargas. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Editora FGV, 1999. p. 72.

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